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Médio Oriente: 42 países do Mediterrâneo e UE debatem "situação alarmante"
- 27/11/2025
Neste encontro ministerial anual da União pelo Mediterrâneo (UpM) será ainda adotada "uma nova visão estratégica" para a organização, segundo um comunicado divulgado esta semana.
O encontro anual da UpM ficou marcado, nos últimos dois anos, pela guerra no território palestiniano da Faixa de Gaza e pela ausência de um dos países membros da organização, Israel, cuja presença continua a não estar confirmada este ano.
Este será o 10.º Fórum Regional da União pelo Mediterrâneo e, na sexta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) presentes "vão debater os desafios mais prementes na região, em particular, a situação alarmante no Médio Oriente", disse a UpM.
Quanto à "nova visão estratégica" para a organização que será adotada na sexta-feira, resultou, segundo o mesmo comunicado, de "um processo consultivo inclusivo" e visa "reforçar a cooperação regional em torno de três eixos fundamentais", nomeadamente, "conectar pessoas", "conectar países" e "conectar economias" de todas as margens do Mediterrâneo, considerado a fronteira mais desigual do mundo.
As vias para aprofundar a cooperação nestas dimensões passam pela promoção da educação, da mobilidade, da inclusão social, do "diálogo regional", da "resiliência climática", da transição energética, do comércio, do investimento, das infraestruturas e da "cooperação digital".
O encontro de sexta-feira será copresidido pela chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, e pelo vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi.
Portugal estará representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Estará também presente a comissária europeia para o Mediterrâneo, Dubravka Suica.
Segundo a informação divulgada pela UpM, haverá também na sexta-feira em Barcelona, à margem do fórum da organização, uma apresentação do "Pacto para o Mediterrâneo", um conjunto de intenções apresentado em 16 de outubro pela Comissão Europeia para aumentar a cooperação com os países da UE e outros que partilham o Mar Mediterrâneo.
O objetivo é criar "uma parceria centrada na copropriedade, corresponsabilidade e criação conjunta" de regras, incluindo em matéria de migrações.
A UpM foi criada em 2008 e é herdeira da Conferência Euro-mediterrânica, fundada há 30 anos, em 1995, e conhecida como "processo de Barcelona", tendo como objetivo fomentar a cooperação na região euro-mediterrânica.
Fazem parte da UpM a Comissão Europeia e 43 países - os 27 da UE e mais 16 Estados mediterrânicos da Europa, do Norte de África e do Médio Oriente, incluindo a Palestina, não reconhecida oficialmente como Estado por vários países que integram a organização.
No final da reunião ministerial de 2024, os Estados-membros reconheceram a necessidade de reformas para a UpM cumprir os objetivos para que foi criada.
O então chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell, lembrou em 2024 que o "processo de Barcelona" nasceu após o assassinato do então primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin (ocorrido em 04 de novembro de 1995), como "parte da resposta internacional para tentar voltar a encontrar uma via para construir a paz entre Israel e Palestina".
"O objetivo da União pelo Mediterrâneo era que todos os países desta bacia, incluindo Israel e Palestina, pudessem trabalhar juntos para criar um espaço de paz e estabilidade. Infelizmente, a história não se escreveu assim", afirmou na ocasião.
Dessa reunião em Barcelona em 2024 saiu este consenso em relação à UpM, a da necessidade de "lançar uma nova onda de reformas" na organização que a tornem mais forte, com uma nova capacidade de mobilização, de diálogo e de cooperação.
Ficou então decidido que seria em 2025, no 30.º aniversário do "processo de Barcelona", que seria apresentado um novo plano de ação para a UpM.
Apesar do diagnóstico, Borrell, em linha com outros protagonistas da reunião, defendeu que a UpM foi ao longo dos anos um contributo positivo no diálogo e na cooperação entre a Europa e a vizinhança sul e que deve ser reforçada, por poder ter um papel importante no futuro.
A reunião anual da UpM, conhecida como Fórum Regional da UpM, é um encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros e realiza-se anualmente em Barcelona.
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