Megaoperação contra narcotráfico em Itália detém mais de 380 pessoas
- 21/12/2025
A polícia italiana anunciou, este sábado, que foram detidas 384 pessoas e apreendidas cerca de 1,5 toneladas de droga numa megaoperação contra o tráfico de droga por todo o país.
De acordo com a Reuters, na sequência desta investigação as autoridades italianas investigam agora 655 pessoas, dos quais 39 são menores.
Entre as apreensões as autoridades confiscaram 35 quilogramas de cocaína assim como 296 quilogramas de produtos que continham canábis.
Durante esta operação, que terminou na sexta-feira, foram também apreendidas mais de 40 armas de fogo. Pelo menos cinco lojas em três cidades foram temporariamente encerradas na sequência de 312 inspeções.
Note-se que, em junho, foi aprovado em Itália um decreto de segurança que proíbe a chamada "canábis legal" e criminaliza o comércio de "canábis level", ou seja, cânhamo, que, ao contrário da marijuana não tem efeitos psicoativos.
Que decreto foi este?
A 4 de junho, o senado italiano aprovou em definitivo o controverso decreto de segurança promovido pelo governo de Giorgia Meloni, numa sessão marcada por uma ação de protesto dos partidos da oposição contra o que classificam como "uma deriva autoritária".
Entre outras medidas, a nova legislação em matéria de segurança implica penas mais duras para motins nas prisões, ocupações de casas e ações de desobediência civil, como o bloqueio de estradas, assim como introduziu novos tipos de crimes tipificados como terrorismo.
Depois da aprovação do decreto, Meloni comentou que o seu governo dá, deste modo, "um passo decisivo para reforçar a proteção dos cidadãos, dos grupos mais vulneráveis e dos homens e mulheres de uniforme", referindo-se ao facto de a legislação também criar um novo crime para punir aqueles que ferem agentes da polícia em serviço, assim como a afetação de verbas para os honorários dos advogados dos polícias que acabem por ser alvo de investigações relacionadas com o seu comportamento no exercício das suas funções.
"A legalidade e a segurança são os pilares da liberdade. E nós continuaremos a defendê-los com determinação", declarou na altura a primeira-ministra.
As críticas
Já na altura, as críticas fizeram-se ouvir bem alto, com o Partido Democrático (PD, centro-esquerda), a maior bancada da oposição, a dizer que o decreto era "uma vergonha absoluta que revela a ideia que a Direita tem da segurança e da dissidência no país".
As críticas intensificaram-se ainda mais na sequência de declarações polémicas proferidas antes da aprovação pelo senador Gianni Berrino, dos Irmãos de Itália. Berrino disse que "as mulheres que têm filhos para roubar não são dignas de os ter, e se um juiz considera que uma criança pode estar mais segura na prisão do que em casa com pais que a concebem para cometer crimes, talvez seja correto que assim seja".
Já o partido Movimento 5 Estrelas, considerou então que esta lei é o melhor exemplo do "clima repressivo nauseabundo" que o governo de Meloni quer implementar, enquanto a Aliança Verde e Esquerda argumentou que o diploma "não reforça de forma alguma a segurança dos cidadãos" e "apenas comprime os espaços de dissidência".
Dias antes da aprovação, os principais partidos da oposição italiana já tinham unido forças numa grande manifestação realizada em Roma para protestar contra este decreto de segurança, que juntou milhares de cidadãos e contou também com o apoio de sindicatos e numerosas organizações.
Durante o protesto foram exibidas faixas contra "o Estado de medo" e entoadas palavras de ordem como "Contra um Governo de fascistas, até à vitória".





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