Ministro italiano da Defesa diz que UE deve assumir a sua própria defesa
- 07/12/2025
O governante italiano disse que a União Europeia (EU) recebia até agora "gratuitamente" dos seus aliados norte-americanos.
"A má notícia é que devemos, na minha opinião, teremos de pensar no que até agora os nossos aliados americanos nos proporcionavam 'gratuitamente': segurança, defesa e dissuasão", escreveu Crosetto na sua conta no X.
O ministro sublinhou que esta mudança, embora já fosse previsível, acelerou mais do que ele próprio esperava.
"O que eu temia aconteceu, mas mais rapidamente do que eu imaginava", comentou Crosetto, que indicou que esperava que os Estados Unidos concedessem "mais um ou dois anos" antes de reduzirem o seu apoio à Europa.
Trump publicou na sexta-feira a estratégia de política externa e segurança nacional para o seu segundo mandato, na qual alerta para o possível fim da civilização europeia devido às suas políticas migratórias e promete consolidar a liderança de Washington como superpotência, especialmente na América Latina.
Segundo Crosetto, a política norte-americana neste domínio já estava em curso muito antes da chegada de Donald Trump, que "apenas acelerou um processo irreversível".
Na sua análise, destacou que os EUA estão imersos numa competição cada vez mais complexa com a China e que a postura de Trump apenas tornou explícito que a UE "lhe serve de pouco ou nada nesta competição" devido à sua falta de recursos naturais essenciais, ao seu atraso em inovação tecnológica e à sua fraqueza militar.
Além disso, comparou a UE com "os novos atores do mundo", classificando-a como "pequena, lenta e 'velha'".
Crosetto afirmou que esta mudança na estratégia de segurança representa um desafio para os países mais pequenos da Europa, como a Itália, que terão de redefinir as suas próprias estratégias num panorama global em que a influência da UE continua a diminuir.
"Não para exercer supremacia sobre ninguém, mas para garantir o nosso futuro", acrescentou.
Da mesma forma, salientou que a Europa deve procurar novos parceiros, especialmente no campo tecnológico e da defesa, e alertou que os investimentos necessários para recuperar o tempo perdido nessas áreas são elevados, mesmo para os 27 países da UE.
Na mesma linha, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, comentou sobre a nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, divulgada pela Casa Branca, que se a Europa quer ser grande, "deve ser capaz de se defender por si mesma".
"Os americanos decidem hoje como defender os seus interesses porque têm força para o fazer, acredito que a Europa deve fazer o mesmo", afirmou numa entrevista na sexta-feira programa "TG" da televisão italiana La7.
Meloni concluiu que a defesa da soberania e autonomia da Europa não deve depender de pressões externas, mas da convicção interna dos países europeus de agir em função dos seus próprios interesses.
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