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Morreram cinco menores em bombardeamentos contra disidentes das FARC
- 18/11/2025
Segundo Gustavo Petro um menor de idade morreu na semana passada num bombardeamento do Exército colombiano contra dissidências das FARC no departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela, e outros quatro adolescentes morreram numa outra operação militar em outubro no departamento do sul de Caquetá.
O Chefe de Estado colombiano, que tem sido questionado nos últimos dias pela morte de sete menores num ataque que ordenou na semana passada contra as dissidências no departamento de Guaviare, não descartou que entre o total de oito falecidos na operação em Arauca havia outro menor de idade.
"Um adolescente resgatado com vida, oito mortos, entre eles, confirmou a Medicina Legal, um adolescente de 16 anos morreu. Há outro cuja idade demorará a ser conhecida, podendo variar entre 15-25 anos", escreveu na rede social X.
Com isto, desde outubro já são pelo menos 12 os menores de idade falecidos em bombardeamentos do Exército contra as dissidências das FARC, comandadas pelo homem conhecido como Iván Mordisco, o mais procurado da Colômbia.
"Infelizmente, quatro adolescentes morreram em Caquetá a 01 de outubro, sete em Guaviare a 10 de novembro e um adolescente em Arauca a 13 de novembro", resumiu Petro, que reiterou que "todos eles foram vítimas de recrutamento forçado por criminosos" e que os guerrilheiros "estavam em ação ofensiva."
Na mesma publicação, o presidente relatou que "uma rapariga ferida pelas colunas do Estado-Maior Central (EMC), o principal dissidente das FARC, morreu hoje" na Autoestrada Pan-Americana, em Cauca (sudoeste), um dos departamentos mais afetados pelo conflito.
"Iván Mordisco violou o Estatuto de Roma e o meu governo irá condená-lo por ser um criminoso de guerra", afirmou.
A Provedora, Iris Marín, denunciou nas suas redes sociais os cinco novos casos confirmados de menores mortos em operações militares recentes e reiterou o seu apelo a Petro para suspender os bombardeamentos contra alvos nos quais possam estar menores recrutados.
"Independentemente de eles estarem ou não a cumprir funções contínuas de combate, os princípios de humanidade e necessidade militar põem em causa estas operações", criticou Marín, após recordar que as dissidências de Iván Mordisco "são as principais responsáveis pelo crime de recrutamento" no país.
"Imploro-lhe que pense numa alternativa", apelou a Petro, que já tinha respondido a um pedido anterior seu dizendo que os bombardeamentos "não são suspensos" enquanto continuarem as "ações ofensivas dos grupos armados do narcotráfico".
O presidente disse que "se os bombardeamentos forem suspensos, os chefes vão recrutar mais crianças", e acrescentou: "A ação militar não é a melhor opção, mas se determinados grupos não quiserem fazer a paz, atuaremos".
As críticas da oposição contra Petro intensificaram-se no sábado, quando a Defensoria do Povo e a Medicina Legal confirmaram que entre os 20 falecidos no bombardeamento de Guaviare havia quatro meninas e três meninos, o que também levou o Ministério Público Militar e Policial a abrir uma investigação sobre o ocorrido.
Petro assumiu a sua responsabilidade e pediu desculpa às famílias das crianças, embora tenha defendido o ataque como a única forma de proteger os soldados na zona.
"Há outros bombardeamentos em verificação por menores de idade que terão resultado mortos. Peço ao presidente, Gustavo Petro, e ao ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, que suspendam os bombardeamentos e avaliem", escreveu Marín no X, sem dar mais detalhes.
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