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"Muro de drones"? Polónia avança com sistema de defesa sem esperar por UE
- 04/11/2025
"Estamos de acordo com a ideia de reforçar a defesa do espaço aéreo de toda a UE e estamos dispostos a considerar propostas ou soluções externas", salvaguardou Cezary Tomczyk, numa entrevista à agência financeira Bloomberg.
O vice-ministro polaco disse que o chamado "muro de drones" da UE poderá completar futuramente o sistema polaco.
"Se houver ferramentas externas, usá-las-emos ao máximo", afirmou à Bloomberg, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.
Tomczyk referiu que o Ministério da Defesa planeia utilizar o novo programa de empréstimos defensivos SAFE para financiar o sistema de drones polaco, sem revelar mais detalhes sobre o assunto.
Por ter fronteiras com a Rússia, Bielorrússia e Ucrânia, a Polónia ficou com o maior pacote de fundos do programa SAFE, com um total de 43.700 milhões de euros em financiamento.
Tomczyk disse que o Governo vai dar prioridade a projetos nacionais e espera ter as primeiras capacidades do sistema operacionais três meses depois do início dos trabalhos.
O projeto completo estará em funcionamento dentro de dois anos, segundo o vice-ministro da Defesa.
"Uma arma contra drones deve ser abrangente. Deve consistir em diversos sensores e aparelhos que operem simultaneamente, primeiro para detetar e identificar objetos e, depois, para os neutralizar", afirmou.
Referiu, por isso, que as novas iniciativas contra drones serão "mais uma camada" na rede de defesa aérea da Polónia.
O Ministério da Defesa polaco anunciou em julho que vai investir 200 milhões de zlotys (cerca de 47 milhões de euros) na compra de drones.
"A forma como tanto os russos como os ucranianos utilizam atualmente os sistemas de armas não tripuladas demonstra que fortalecer as nossas capacidades nesta área deve ser uma prioridade em todas as esferas de atividade: no ar, em terra e no mar", acrescentou.
A Comissão Europeia anunciou em outubro iniciativas de defesa na sequência de incidentes com drones que perturbaram o tráfego aéreo em alguns países.
O executivo de Bruxelas atribuiu os incidentes à Rússia, em guerra contra a Ucrânia desde 2022, apesar de Moscovo negar qualquer responsabilidade.
O "muro de drones" é uma das iniciativas e visa, num primeiro momento, proteger o flanco leste europeu por ter sido o mais afetado até agora por incursões de veículos operados remotamente.
A Comissão Europeia pretende que o sistema esteja a funcionar no flanco leste até ao final de 2027.
"As ameaças recentes mostraram que a Europa está em risco. Temos de proteger cada cidadão e cada centímetro quadrado do nosso território", justificou então a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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