Nações Unidas alertam que "a sobrevivência em Gaza está em causa"
- 25/11/2025
As operações militares israelitas em Gaza "destruíram todos os pilares da sobrevivência", sobretudo no que se refere à alimentação, ao abrigo e à saúde, "minaram a governação e mergulharam" o território palestiniano "num abismo criado pelo homem", denunciou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês) num relatório.
"Dada a destruição implacável e sistemática que sofreu, existem sérias dúvidas sobre a capacidade de Gaza se reconstruir como um espaço habitável e uma sociedade", acrescentou o documento.
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque lançado pelo grupo islamista palestiniano Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais, além de cerca de 250 reféns.
Mais de 69.700 palestinianos foram mortos na campanha de retaliação militar israelita, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Estes dados, considerados fiáveis pela ONU, não especificam o número de combatentes mortos, mas indicam que mais de metade dos mortos eram crianças e mulheres.
De acordo com o relatório da UNCTAD, as operações militares israelitas levaram Gaza "de um estado de subdesenvolvimento para um de ruína total".
A ONU estimou que serão necessários aproximadamente 70 mil milhões de dólares (60,7 mil milhões de euros) para reconstruir o território palestiniano.
"Mesmo num cenário otimista, em que o crescimento atinja os dois dígitos e a ajuda externa continue a fluir, Gaza levará várias décadas a recuperar a sua qualidade de vida anterior a outubro de 2023", sublinhou o relatório.
A UNCTAD apela à implementação de "um plano de recuperação abrangente" que combine "assistência internacional coordenada, a restauração das transferências fiscais" de Israel para Gaza "e medidas para aliviar as restrições ao comércio, viagens e investimentos".
Esta agência da ONU apelou ao estabelecimento, dentro deste quadro, de um rendimento básico universal em Gaza para garantir a subsistência de todos os residentes, sob a forma de um programa de assistência monetária "renovável e sem pré-condições" e pago mensalmente.
A UNCTAD observou ainda que, na Cisjordânia ocupada, a "violência, a expansão acelerada dos colonatos israelitas e as restrições à mobilidade laboral" são responsáveis pela pior recessão económica desde que a agência da ONU começou a registar dados em 1972.
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