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Narcotráfico. Colômbia acusa EUA de execuções extrajudiciais
- 23/10/2025
"Neste tipo de manobra, que acreditamos violar o direito internacional, os Estados Unidos (...) estão a cometer execuções extrajudiciais", declarou o Presidente de esquerda, numa conferência de imprensa em Bogotá, pedindo que os suspeitos de transportar drogas sejam julgados e não mortos.
"Há um uso desproporcional da força, punível pelo direito internacional humanitário", insistiu Petro.
Após várias semanas de operações militares contra o narcotráfico nas Caraíbas, na quarta-feira o governo de Donald Trump anunciou os dois primeiros ataques no Pacífico e, segundo uma fonte militar citada pela AFP, pelo menos um deles ocorreu perto de águas colombianas.
Segundo Petro, nestas operações, os Estados Unidos "mataram" um pescador colombiano.
No âmbito da anunciada operação de combate ao narcotráfico, Washington assumiu a responsabilidade por nove ataques desde o início de setembro, que fizeram 37 mortos.
Presidentes de dois países aliados ao longo dos últimos anos, Donald Trump e Gustavo Petro têm trocado acusações nos últimos meses.
Na quarta-feira, Trump anunciou a suspensão de todos os pagamentos e subsídios à Colômbia, acusando Petro de ser um "valentão e um mau tipo", que fabrica "muitas drogas".
"[Petro] Fez muito mal ao seu país. As coisas estão a correr muito mal para eles", acrescentou o Presidente norte-americano, que retirou a Colômbia da sua lista de países aliados na guerra contra o narcotráfico e revogou os vistos do Presidente e de várias autoridades colombianas.
"Têm fábricas de cocaína. Cultivam todo o tipo de porcarias e as drogas más que entram nos Estados Unidos, geralmente, passam pelo México, e é melhor que tenham cuidado e tomem medidas muito sérias contra ele e o seu país", acrescentou Trump.
No final de setembro, quando se deslocou a Nova Iorque para a Assembleia Geral das Nações Unidas, Petro fez um comício de rua com duras críticas a Trump, cujo governo interpretou parte das declarações como um apelo à insubordinação de militares norte-americanos.
No âmbito das medidas contra Petro, Washington anunciou ainda o fim da ajuda financeira à Colômbia e taxas alfandegárias punitivas, medidas que ainda não se concretizaram.
A presença de navios e aeronaves militares dos Estados Unidos em águas do mar das Caraíbas provocou alarme de governos como o colombiano e o venezuelano, aumentando ainda mais as tensões com Trump.
Em resposta às declarações de Trump, Petro disse na quarta-feira querer defender-se judicialmente das acusações.
Sobre "difamações que foram dirigidas contra mim no território dos Estados Unidos, por altos responsáveis, vou defender-me judicialmente, com advogados americanos, perante a justiça americana", declarou o presidente colombiano na rede social X.
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