Noronha Lopes reage às críticas e atira: "Acumulei 23 milhões de euros…"
- 14/10/2025
João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica que vai a votos nas eleições que se realizam no próximo dia 25 de outubro, deu esta segunda-feira uma entrevista à CMTV de modo a esclarecer a sua posição financeira e ainda das suas empresas.
Em causa estão as alegadas dívidas de milhões de euros nas entidades em que o gestor é sócio, que levantaram algumas dúvidas acerca do financiamento da sua campanha eleitoral.
"É muito importante corrigir a desinformação em relação à minha capacidade enquanto gestor e à minha situação financeira. Estive 18 anos à frente de uma das maiores empresas do mundo [McDonald's]. Comecei como diretor-geral em Portugal e cheguei a responsável mundial de franchising para os 125 países onde está a marca. Concluí a minha carreira lá fechando um dos maiores negócios de sempre de restaurantes na Ásia, de mais de 2 mil milhões de dólares. Estamos a falar de números significativos", começou por dizer o candidato.
"É preciso que os benfiquistas compreendam que essa empresa tem uma cultura de exigência enormíssima e não se tem um percurso com sucessivas promoções, se não se for um bom gestor. Se não se apresentar resultados, é se despedido. É esta cultura que eu tenho e que quero levar para o Benfica", disse antes de revelar a fortuna que amealhou desde 2017.
"Durante os meus anos lá, acumulei condições para ter uma vida confortável financeiramente. É disso que eu vivo. Acumulei uma riqueza de cerca de 23 milhões de euros. Faço isto para repor a minha dignidade e pelo interesse dos benfiquistas, mas não me envergonham estes rendimentos. São fruto do meu trabalho e, é por isto, que consigo financiar a minha campanha, que é esmagadoramente financiada por mim. O resto? Por alguns amigos. São estes rendimentos que me permitem candidatar à presidência do Benfica, ter a consciência tranquila em relação à sua origem e àquilo que é o meu conforto financeiro", continuou.
O candidato à presidência do Benfica esclareceu os sócios encarnados sobre os seus rendimentos, apresentando, inclusive, as suas declarações de rendimentos desde 2017.
"Esta atividade de consultadoria faço porque gosto, em empresas que gosto e em projetos que me atraem. Se houver um ano que quero fazer outras coisas, quero estar em ONG's sem caráter lucrativo, eu estou. Eu posso ir escolhendo o que vou fazendo ao longo da vida. Quem acumula €23M não tem necessidade de trabalhar. Não é a atividade da consultadoria que eu faço que me dá independência financeira", acrescentou João Noronha Lopes, antes de falar na empresa Vira Frangos.
"É uma empresa na qual eu tenho uma participação de 22%, que fundei com dois amigos. A notícia que sai sobre os prejuízos da empresa é tendenciosa e revela falta de rigor financeiro. Porque estes prejuízos são os empréstimos que os sócios fizeram à empresa. Ou seja, foram os sócios que puseram dinheiro na empresa e tomaram esta decisão porque tinham capacidade financeira para o fazer. A nossa dívida bancária é de pouco mais de 220 mil euros e está a ser cumprida escrupulosamente. Podíamos ter chamado outros investidores, mas não quisemos estar a dividir um diamante com outras pessoas", resumiu.
"A empresa foi considerada, em 2022, a mais inovadora do retalho em Portugal. Este prejuízo estava previsto. Tudo está a correr de acordo com o plano e com a vontade dos sócios. Os resultados da empresa têm vindo a melhorar e em 2025 vai ser ainda melhor, porque já começámos o processo de expansão internacional. Os sócios investiram, a empresa está a seguir o seu percurso normal e, quando iniciar o processo de internacionalização, os resultados vão aparecer. Só quem não percebe minimamente de gestão, considera que uma empresa que dá prejuízo dos primeiros anos é inviável. Foi o que disse o contabilista que apareceu na reportagem", rematou.
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