Novo arcebispo de Nova Iorque (favorável a migrantes) celebrou 1.ª missa
- 19/12/2025
O Vaticano tinha anunciado algumas horas antes a escolha de Dom Hicks, um americano de 58 anos, pouco conhecido do grande público, para suceder a Dolan, que passou mais de 15 anos à frente da arquidiocese.
Trata-se da nomeação episcopal mais importante desde a eleição de Leon XIV para a liderança da Igreja Católica, em maio, indicando a vontade de uma maior firmeza relativamente à administração americana, especialmente em matéria de defesa dos direitos humanos.
O novo arcebispo, que assumirá oficialmente o seu ministério a 6 de fevereiro, celebrou esta missa na catedral de São Patrício em inglês e espanhol, enviando uma mensagem forte numa cidade onde 1,8 milhões de pessoas têm o espanhol como língua materna e afirmou ter "sempre gostado da energia de Nova Iorque".
Dom Dolan acompanhou a sua entrada na catedral com uma mão sobre o seu ombro, garantindo aos fiéis que o seu sucessor era "bom".
"Será um excelente líder do nosso arcebispado", acrescentou uma voluntária, Margie Javier, de 82 anos, questionada pela agência de notícias francesa AFP. "E como é jovem, ficará por muito tempo", acrescentou.
Esta nomeação pode ser interpretada como uma vontade de afastar a diocese de destaque, que reúne mais de 2,5 milhões de católicos, de uma imagem partidária, enquanto Dom Dolan é considerado próximo de Donald Trump, que tinha sido o seu favorito no conclave.
Em novembro, Dom Hicks expressou "solidariedade com todos os irmãos e irmãs" por ocasião da publicação de uma carta dos bispos americanos criticando a política anti-imigrantes da Casa Branca, desde o regresso ao poder do atual presidente dos EUA, em janeiro.
Falando aos média hoje, o novo arcebispo manifestou-se orgulhoso da tomada de posição e desejou que os Estados Unidos fossem "um país que defende a dignidade humana, o respeito e o bem-estar mútuo".
Na linha do seu antecessor argentino Francisco, Leão XIV apelou à receção de refugiados e ao respeito pelos direitos humanos, chegando mesmo a denunciar o tratamento "extremamente desrespeitoso" que os migrantes recebem em Washington.
O papa e Dom Hicks partilham outros pontos em comum: cresceram "a 14 quarteirões de distância" um do outro, na periferia de Chicago, revelou o novo rosto do arcebispo de Nova Iorque, embora só se tenham encontrado em 2024.
Este último também serviu durante cinco anos em El Salvador, na América Central.
Robert Francis Prevost (o verdadeiro nome de Leão XIV), por sua vez, passou vinte anos ao serviço do Peru.
Antigo presidente da Conferência Episcopal Americana, Dom Dolan, que era arcebispo de Nova Iorque desde 2009, apresentou a sua demissão aos 75 anos, conforme o direito canónico.
Figura emblemática e mediática da Igreja americana, este fervoroso opositor do aborto, muito presente nas redes sociais, e que tentou conter a diminuição do número de fiéis e travar a secularização, contou aos meios de comunicação que conheceu o seu sucessor há apenas uma semana. "Já o amo, gosto dele e confio nele", afirmou.
Em setembro, o cardeal tinha gerado polémica ao comparar o ativista político conservador Charlie Kirk, assassinado, a um "herói" e a um "São Paulo dos tempos modernos", numa entrevista ao canal de televisão Fox News.
A sua substituição ocorre poucos dias após a criação de um fundo de 300 milhões de dólares destinado a indemnizar as vítimas de violência sexual que apresentaram queixa contra a Igreja no Estado de Nova Iorque (cerca de 1.300 pessoas, segundo os meios de comunicação americanos).
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