Países da Alba condenam escalada militar dos EUA nas Caraíbas
- 28/08/2025
"Os países membros da ALBA-TCP [Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, e Santa Lúcia Santa Lúcia], no exercício do direito à autodeterminação e em defesa da paz regional, expressam a sua mais firme condenação à recente escalada militar do Governo dos Estados Unidos da América, que inclui o envio de navios de guerra e submarinos nucleares para o Mar das Caraíbas", explica-se no comunicado.
O documento, publicado na página na internet da organização na quarta-feira, sublinha que tal ação representa "uma séria ameaça à paz e à segurança da região, além de constituir uma violação da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, adotada pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em 2014 e reconhecida pela ONU, bem como dos compromissos do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco)".
"A ALBA-TCP adverte que essas manobras militares ofensivas põem em risco a estabilidade continental e reitera que, longe de intimidar os povos, elas são um impulso para redobrar os esforços pela integração, cooperação e diálogo pacífico, em estrita conformidade com o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas", lê-se no comunicado.
No documento, a ALBA-TCP "exige o fim imediato dessa política hostil e o pleno respeito à soberania e independência dos Estados da América Latina e das Caraíbas". E "reafirma, além disso, o seu compromisso com a paz, a unidade e a solidariedade, ratificando que a Nossa América continuará sendo um território de paz, cujos destinos pertencem apenas aos seus povos, livres de qualquer ingerência estrangeira", conclui.
Na terça-feira, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou o envio de barcos de guerra e drones para patrulhar as suas águas territoriais face à presença militar dos EUA.
Em 18 de agosto, Nicolás Maduro ordenou a deslocação de 4,5 milhões de milicianos por todo o país, depois dos EUA terem duplicado para 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) a recompensa por informações que possam conduzir à sua detenção.
No dia seguinte, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Washington está preparado para "usar todo o seu poder" para travar o "fluxo de drogas para o país", o que inclui o envio de navios e de soldados para águas próximas da Venezuela.
Em resposta, Maduro acusou os EUA de procurarem uma "mudança de regime" de forma "terrorista e militar".
De acordo com a CNN, os Estados Unidos começaram a enviar 4.000 fuzileiros para as águas da América Latina e Caraíbas para combater os cartéis de tráfico de drogas, além de reforçarem a presença militar na região com aviões-radar e três contratorpedeiros com capacidade antimíssil.
Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que "resolvam as diferenças por meios pacíficos".
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