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Paraguai diz que países que trocaram Taiwan pela China "estão pior"
- 22/12/2025
"Todos os países da América Latina que mudaram de Taiwan para a China e caíram nos braços da promessa do sonho chinês, toditos estão pior que o Paraguai", disse Santiago Peña, num episódio do seu próprio programa de entrevistas.
Peña respondia a uma análise de um dos participantes, que sugeriu que a abertura do mercado chinês e as novas oportunidades de investimento representariam uma vantagem económica para o Paraguai.
O Presidente evitou apresentar dados ou exemplos concretos, mas defendeu que o modelo paraguaio é o de um país que "não depende de uma grande potência" e sublinhou a importância da proximidade com o Brasil: "Eu tenho a minha China aqui ao lado", afirmou, referindo-se ao país vizinho como "a oitava maior potência do mundo" e destacando o potencial do mercado brasileiro.
Peña relatou que discutiu "em múltiplas oportunidades" a posição do Paraguai em relação à China com o seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem terá dito: "Queres que eu cruze o oceano para tentar construir um vínculo com uma civilização de cinco mil anos com quem não compartilho uma visão comum do mundo?".
O Paraguai é atualmente um dos 12 países no mundo que mantêm relações diplomáticas com Taiwan, em resultado da pressão que a China exerce há décadas para isolar Taipé a nível internacional, numa disputa diplomática em torno do estatuto da ilha, que Pequim considera uma província rebelde.
As relações entre Assunção e Taipé remontam a 1957, e o Governo paraguaio tem reiterado que a aliança assenta em "valores partilhados", apesar de setores da sociedade e da classe política defenderem uma aproximação à China continental.
No seu 'podcast', Peña reafirmou que a política externa do Paraguai está alinhada com os Estados Unidos, Israel e Taiwan: "Tenho uma visão geopolítica, um triângulo que vai de Washington a Jerusalém -- sublinho Jerusalém -- e a Taipé. Estou profundamente convencido disso e espero que nunca mude no Paraguai", afirmou.
Apesar de não manter laços diplomáticos com Pequim, a China é o principal fornecedor externo do Paraguai: de janeiro a novembro deste ano, representou 34,4% das importações totais, num valor de 5.574,5 milhões de dólares (4.757 milhões de euros), segundo o banco central paraguaio.
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