Partido de líder da oposição morto acusa Camarões de crime de Estado
- 02/12/2025
Ekane morreu "em detenção arbitrária no Secretariado de Estado da Defesa (SED) em Yaoundé, (capital dos Camarões) após ter sido privado durante vários dias do seu concentrador de oxigénio, do equipamento médico necessário e do acesso essencial e regular ao seu pneumologista", informou a União dos Povos dos Camarões -- Movimento Africano para a Nova Independência e Democracia (UPC-MANIDEM).
"Este ato constitui um assassinato deliberado. Trata-se de um crime de Estado, um tratamento inaceitável para Anicet Ekane, que sempre esteve comprometido com a luta pela liberdade, justiça social, soberania e dignidade do povo camaronês", sublinhou.
O partido prestou homenagem a "um ativista progressista tenaz e incansável" e expressou a sua solidariedade com "a sua família, entes queridos e todos os seus companheiros de luta".
No mesmo documento, exigiu também que sejam reveladas com "total transparência" as condições da sua detenção e as "circunstâncias exatas da sua morte", que seja "claramente determinada a responsabilidade e que os autores desta flagrante violação dos direitos humanos sejam responsabilizados".
Ekane foi detido em outubro passado na cidade costeira de Dualá (oeste), dias antes de, no dia 27 desse mês, o Conselho Constitucional anunciar os resultados oficiais das eleições presidenciais de 12 de outubro, vencidas pelo presidente Paul Biya, no poder desde 1982 e que conquistou o seu oitavo mandato.
O líder da oposição foi detido, tal como outros políticos, após ter sido acusado de planear ataques em manifestações, segundo afirmou a 25 de outubro o ministro da Administração Territorial dos Camarões, Paul Atanga Nji, que garantiu que foram frustradas tentativas de "desestabilizar o país".
Ekane tinha apoiado a candidatura do ex-ministro do Emprego Issa Tchiroma Bakary, que reivindicou a vitória nas eleições.
Pelo menos 55 pessoas morreram nos protestos que eclodiram nos Camarões após as controversas eleições de 12 de outubro, reprimidos pelas forças de segurança, informou a 12 de novembro a organização Human Rights Watch (HRW), que afirmou ter obtido esses dados da oposição.
Os protestos eclodiram a 26 de outubro --- um dia antes do anúncio dos resultados --- e prolongaram-se por vários dias em diferentes cidades.
Biya, o chefe de Estado mais velho do mundo, com 92 anos, tomou posse a 06 de novembro para um oitavo mandato de sete anos.
Leia Também: Papa pede libertação de alunos e padres sequestrados na Nigéria e Camarões





.jpg)























































