Perpétua para soldado russo por executar prisioneiro de guerra ucraniano
- 07/11/2025
"Trata-se do primeiro veredicto na história da Ucrânia em que um ocupante é condenado a uma tal pena especificamente pela execução de um soldado das Forças de Defesa", declarou o SBU num comunicado.
O arguido, um cidadão russo de 27 anos chamado Dmitry Kurashov, foi acusado de ter abatido a tiro, a 06 de janeiro de 2024, um soldado ucraniano que ficou sem munições e se rendeu perto da aldeia de Pryyuten, na região parcialmente ocupada de Zaporíjia, no sul da Ucrânia.
Kurashov foi capturado no mesmo dia pelas forças ucranianas, juntamente com outros quatro membros da sua unidade, segundo o SBU.
O acusado já tinha sido detido na Rússia por roubo antes de se juntar ao Exército, em novembro de 2023, em troca de uma amnistia, segundo as autoridades ucranianas.
Foi considerado culpado de "violação das leis e dos costumes da guerra" e de "homicídio doloso".
Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, há mais de três anos e meio, Moscovo e Kiev têm-se acusado mutua e regularmente de matar prisioneiros de guerra.
Em fevereiro, a ONU denunciou um aumento da execução de soldados ucranianos capturados pelas forças russas nos últimos meses, fazendo eco das acusações de Kiev.
Por outro lado, na Ucrânia ocupada pela Rússia, dois colombianos considerados por Moscovo "mercenários" foram condenados a 13 anos de prisão por combaterem ao lado das forças de Kiev, indicou hoje um tribunal em Donetsk, no leste da Ucrânia.
Alexander Ante, de 48 anos, e José Aron Medina Aranda, de 37, foram condenados "pela sua participação em combate ao lado das Forças Armadas ucranianas", afirmaram os procuradores na plataforma digital Telegram.
Vídeos divulgados por Moscovo mostram os dois homens -- que combateram pela Ucrânia em 2023 e 2024 - algemados e com roupa de reclusos russos, a serem escoltados até ao tribunal por agentes de segurança com o rosto coberto.
Em julho de 2024, o jornal colombiano El Tiempo noticiou que os dois homens tinham sido detidos na capital venezuelana, Caracas, pela polícia daquele país, aliado da Rússia.
Segundo um amigo da família de Ante citado pelo jornal, eles envergavam fardas do Exército ucraniano no momento da detenção na Venezuela.
A Rússia considera sistematicamente os estrangeiros que combatem ao lado das tropas ucranianas "mercenários", um crime punível pela lei russa, e não voluntários.
Vários estrangeiros, sobretudo britânicos, foram julgados em tribunais localizados em territórios ucranianos sob ocupação russa nos últimos três anos.
Em maio último, um australiano foi condenado a 13 anos de prisão nos territórios ocupados pela Rússia por combater o Exército russo ao lado de soldados ucranianos entre março e dezembro de 2024.
Em outubro de 2024, um tribunal moscovita condenou um cidadão norte-americano de 70 anos, Stephen Hubbard, a seis anos e dez meses de prisão por "trabalho mercenário" em nome de Kiev.
A Ucrânia, por sua vez, anunciou em abril a captura de dois cidadãos chineses acusados de terem combatido no Exército russo.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.
No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões -- Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia - além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.
Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.
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