Perplexity acusada de roubar artigos a órgãos de comunicação social
- 28/08/2025
Dois grupos japoneses de órgãos de comunicação social, a Nikkei e a Asahi Shimbun, decidiram processar a Perplexity e acusam a empresa de Inteligência Artificial de violação de direitos de autor.
A Perplexity é acusada “copiado e armazenado conteúdos de artigos” de forma ilícita, com o processo a notar ainda que a empresa de Inteligência Artificial apresentou informações incorretas e depois culpou as duas empresas nipónicas.
“Se não for controlada, esta situação pode prejudicar os fundamentos do jornalismo, que se dedica a transmitir factos de forma precisa”, pode ler-se no processo iniciado pela Nikkei e pela Asahi Shimbun. “As ações da Perplexity equivalem a um ‘parasitismo’ contínuo e em grande escala no conteúdo dos artigos a que os jornalistas de ambas as empresas se dedicaram a escrever com imenso esforço e tempo, enquanto a Perplexity não pagar qualquer compensação”.
Como parte deste processo, cada uma das empresas japonesas exige agora que a Perplexity remova os artigos armazenados e que proceda ao pagamento de 2,2 mil milhões de ienes (12,8 milhões de euros) em danos.
Perplexity quer partilhar receita
Este processo surge numa altura em que a Perplexity anunciou um programa de distribuição de receita com órgãos de comunicação social ligado ao seu navegador Comet e a uma subscrição de nome Comet Plus que apresentará “conteúdo ‘premium’ de um grupo de meios de comunicação e jornalistas confiáveis” no valor de 5 dólares (4,29 euros).
Mediante este programa, os órgãos de comunicação social receberão 80% da receita com origem nesta subscrição.
Serve recordar que esta não é a primeira vez que a Perplexity recebe avisos de órgãos de comunicação social para que pare de se apropriar de artigos jornalísticos. Já em 2024 o grupo do New York Times fez um aviso semelhante à empresa e acusou-a de usar os seus artigos para treinar o seu modelo de Inteligência Artificial.
"A Perplexity e os seus parceiros comerciais enriqueceram indevidamente o seu conteúdo, sem autorização, através da utilização de publicações jornalísticas que exigiam trabalho de pesquisa e escrita", argumentou o New York Times na altura.
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