Peru declara estado de emergência devido a afluxo de migrantes vindos do Chile

  • 29/11/2025

Centenas de milhares de pessoas em fuga de crises nos seus países de origem ou em busca de melhores oportunidades no estrangeiro há muito que atravessam o continente e a fronteira peruana para refazer as suas vidas no Chile, uma das nações mais estáveis e prósperas da América Latina.  

 

Mas dezenas de milhares pessoas sem estatuto legal no Chile, principalmente venezuelanos que nos últimos anos abandonaram o colapso económico e o regime autoritário do seu país, estão agora também a dirigir-se noutra direção, à medida que o Chile se prepara para endurecer a sua postura em relação à imigração.

O favorito para vencer a segunda volta das eleições presidenciais do Chile, a 14 de dezembro, o advogado ultraconservador José Antonio Kast, construiu a sua campanha em torno dos medos populares em relação aos imigrantes oriundos da Venezuela e ao aumento do crime organizado.

O candidato filmou um vídeo de campanha na fronteira desértica e porosa do Chile com o Peru na semana passada, alertando os migrantes sem estatuto formal para saírem do país enquanto ainda podiam.

"Vocês têm 111 dias para deixar o Chile voluntariamente", afirmou Kast no vídeo, referindo-se ao número de dias até que uma nova administração substitua o atual Presidente, de esquerda, Gabriel Boric.

"Caso contrário, vamos impedir-vos, vamos deter-vos, vamos expulsar-vos. Vocês sairão apenas com as roupas que têm no corpo", acrescentou.

 Pouco depois, os meios de comunicação peruanos foram inundados com imagens de famílias migrantes a dirigir-se para norte, do Chile para o Peru, com os seus pertences enfiados em mochilas e sacos de lixo.

Em poucos dias, o Presidente do Peru, José Jerí, deslocou-se para a mesma zona para inspecionar os postos de controlo fronteiriços e enviou as forças armadas para reforçar as operações de segurança.

Os residentes das cidades fronteiriças do norte do Chile relataram um caos crescente, à medida que multidões abandonam o Chile, mas sem autorização para entrar no Peru, ficando presas num limbo.

Na sexta-feira, Jerí convocou o seu Gabinete para declarar o estado de emergência na região.

Não há um número claro de quantas pessoas decidiram deixar o Chile no contexto das ameaças de deportações em massa de Kast e do que os advogados de imigração descrevem como um aumento da xenofobia naquele país da América do Sul, com 18,5 milhões de habitantes.

Na sexta-feira, Kast divulgou um novo vídeo repetindo o seu alerta aos imigrantes e solicitando que Boric interviesse.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Peru, Hugo de Zela, desvalorizou os seus comentários, afirmando que um candidato presidencial "não pode falar em nome do governo chileno".

Quando questionado sobre como a campanha de Kast teve efeitos na saída de migrantes, o ministro da Segurança chileno, Luis Cordero, respondeu que "a retórica por vezes tem consequências".

"As pessoas não podem ser usadas como meio para criar controvérsia nas eleições," disse. "O nosso principal objetivo é prevenir uma crise humanitária", acrescentou.

Leia Também: Ex-presidente peruano Castillo condenado a mais de 11 anos de prisão

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2896689/peru-declara-estado-de-emergencia-devido-a-afluxo-de-migrantes-vindos-do-chile#utm_source=rss-mundo&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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