Polónia deixa recado aos EUA: "Europa é aliada, não o vosso problema"
- 07/12/2025
O primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk, deixou, este sábado, um recado dirigido aos "amigos americanos" para recordar que a Europa é a "aliada mais próxima" dos Estados Unidos e não um "problema", defendendo que manter as relações bilaterais "é a única estratégia razoável para a segurança comum".
"Caros amigos americanos, a Europa é o vosso aliado mais próximo, não o vosso problema. E temos inimigos em comum. Pelo menos tem sido assim nos últimos 80 anos", começou por referir na rede social X.
E acrescentou: "Precisamos de manter esta postura, pois esta é a única estratégia razoável para a nossa segurança comum. A não ser que algo tenha mudado".
O alerta de Donald Tusk surge numa altura em que se discute um acordo de paz para a guerra na Ucrânia, mediado pelos Estados Unidos. No entanto, a iniciativa de paz do presidente norte-americano, Donald Trump, foi concebida em diálogo com as autoridades russas, o que tem gerado críticas tanto das autoridades ucranianas, como europeias.
Dear American friends, Europe is your closest ally, not your problem. And we have common enemies. At least that’s how it has been in the last 80 years. We need to stick to this, this is the only reasonable strategy of our common security. Unless something has changed.
— Donald Tusk (@donaldtusk) December 6, 2025
Na segunda-feira, haverá uma reunião em Londres com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, sobre a mediação dos EUA na Ucrânia.
Para este fim de semana, é esperada nova reunião dos conselheiros do presidente Donald Trump, Steve Witkoff e Jared Kushner, com o secretário da Segurança Interna e Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, e com o chefe do Estado-Maior General, general Andriy Hnatov, em Miami, Florida, na sequência das várias rondas de negociações iniciadas há duas semanas.
Na sexta-feira, Washington e Kyiv frisaram que "qualquer progresso real" rumo à paz na Ucrânia dependerá da disposição da Rússia.
"Ambas as partes concordaram que o progresso real rumo a qualquer acordo depende da vontade da Rússia em demonstrar um compromisso sério com a paz a longo prazo, incluindo medidas para a desescalada e o fim das mortes", lê-se numa declaração conjunta.
A retirada do Donbass, a renúncia ucraniana a ingressar na NATO, as garantias de segurança e as reparações russas no pós-guerra são algumas das questões que dividem as duas partes nas negociações sob mediação dos Estados Unidos.
Numa entrevista divulgada na sexta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou "libertar" os territórios do leste da Ucrânia pela força se as tropas de Kyiv não se retirarem da zona.
"Agora tudo chegou a um ponto crítico e tudo se resume a uma só coisa: ou libertamos os territórios através da ação militar, ou as tropas ucranianas retiram-se e abandonam o país", disse Putin ao India Today.
O líder russo referia-se à Rússia, por considerar que as regiões de Donetsk e Lugansk, que constituem o chamado Donbass, pertencem à Federação Russa.





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