Portugal afasta aumento notável da contribuição para financiamento ucraniano
- 06/12/2025
Questionado sobre se Portugal está disposto a continuar a apoiar a Ucrânia mesmo que isso implique aumentar substancialmente a contribuição portuguesa para o orçamento europeu, Rangel sublinhou que as opções equacionadas não preveem um "aumento sensível ou notável da contribuição portuguesa".
"O que acontece é que neste momento existem dois esquemas possíveis de financiamento futuro da Ucrânia para o médio prazo - não é apenas para o imediato, embora seja preciso financiamento urgente. Um deles é a questão dos ativos imobilizados russos e o outro é a dívida comum", afirmou, em declarações à Lusa e à SIC em Nova Iorque, à margem de um evento de comemoração dos 70 anos de Portugal nas Nações Unidas.
"Portanto, nenhum deles, em princípio, implicará um aumento, digamos, sensível ou notável da contribuição portuguesa. Agora, ambos são muito exigentes do ponto de vista dos seus requisitos legais e por isso estamos a trabalhar arduamente numa das soluções, juntamente com a Comissão Europeia e com os restantes Estados-membros", sublinhou.
O MNE garantiu que Portugal está ao lado da Ucrânia e está claramente alinhado com toda a União Europeia e com os países da NATO nessa questão.
Já o primeiro-ministro defendeu hoje que "é a segurança comum da Europa" que está em causa na construção de uma solução de paz "justa e duradoura" para a Ucrânia, admitindo que até ao próximo Conselho Europeu haja novidades.
No debate preparatório do próximo Conselho Europeu, agendado para 18 e 19 de dezembro de 2025, que tem o apoio financeiro à Ucrânia entre os temas, Luís Montenegro defendeu que esta reunião será uma das mais importantes para "o futuro da Europa nos próximos anos".
Em particular, sobre a Ucrânia, reiterou a posição portuguesa de "apoio no contexto político, militar e financeiro desde a primeira hora".
O deputado do PS João Torres questionou Luís Montenegro sobre uma das opções em cima da mesa para financiar a Ucrânia - o acesso aos ativos russos congelados na Europa ---, que continua a enfrentar a oposição do executivo belga, mas o primeiro-ministro não respondeu em concreto a esta pergunta, salientando apenas a "grande convergência" entre Governo e PS quanto aos temas em discussão no Conselho Europeu.
Na quarta-feira, o executivo europeu apresentou um plano de dois anos para financiar a Ucrânia, mas uma das opções consideradas --- o acesso aos ativos russos congelados na Europa --- continua a enfrentar a oposição do executivo belga.
A Bélgica acolhe a financeira Euroclear, que detém cerca de 210 mil milhões de euros dos ativos, de um total de 235 mil milhões de euros no espaço da União Europeia.
Já sobre as negociações de paz que estão em curso, chefiadas pelo Governo norte-americano, Paulo Rangel disse hoje que Portugal tem "uma posição de convicção, de que não pode haver uma negociação de paz sem que a Ucrânia esteja ao mesmo nível que a Rússia".
E "não pode haver uma negociação de paz sem que os países da União Europeia, ou os países da Europa, nas matérias que lhes dizem respeito, (...) sejam envolvidos. E quando se trata até de questões que possam ter implicações militares, a própria NATO seja envolvida", defendeu.
"Portugal está claramente alinhado. Portanto, nós não estamos a fazer nada sozinhos. Devo dizer que o primeiro-ministro, eu, o ministro da Defesa, estamos em constante contacto com os nossos parceiros. Eu diria que neste momento, porque é um momento crucial, a atualização é quase diária. Todos os dias temos que nos debruçar sobre este assunto e alinhar posições com os nossos aliados", reconheceu.
Negociadores ucranianos e norte-americanos vão reunir-se hoje novamente em Miami, nos Estados Unidos, para continuar a discutir o plano de Washington para pôr fim à guerra na Ucrânia.
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