PR moçambicano desafia maior universidade do país a liderar ética da IA
- 19/11/2025
"A IA é uma das maiores conquistas do nosso tempo, mas o seu uso levanta questões éticas e pedagógicas sérias", disse o chefe de Estado, durante a cerimónia de graduação da UEM, que este ano formou mais de mil estudantes entre licenciados, mestres e doutores, em Maputo, defendendo que a instituição deve liderar a orientação ética no domínio das novas tecnologias.
"A universidade deve, assim, ensinar os nossos jovens a usar a IA para pensar melhor e com ética", afirmou, sublinhando que o ensino superior precisa de acompanhar a velocidade das transformações tecnológicas.
Chapo apresentou dois outros desafios à UEM: assegurar que a formação responda às exigências do mercado de trabalho e participar ativamente no Diálogo Nacional Inclusivo.
"Hoje, é necessário que a universidade forme criadores de emprego e não apenas candidatos a emprego", declarou o estadista acrescentando que "o tempo em que o diploma garantia automaticamente um emprego chegou ao fim".
No plano político, o Presidente apelou à contribuição das instituições académicas no processo de diálogo e pacificação em curso no país.
"A UEM pode, querendo, submeter as suas contribuições por escrito à Comissão Técnica para o Diálogo Nacional Inclusivo, partilhando análises, propostas e visões", afirmou ainda, referindo-se às reformas constitucionais e de governação, previstas neste processo.
O chefe de Estado destacou também o papel histórico da UEM na formação dos primeiros quadros do país após a independência, em 1975, lembrando que a instituição evoluiu para uma universidade de investigação, "comprometida com a ciência, a inovação e a transformação social".
Chapo reforçou que a educação é central para a independência económica de Moçambique: "O principal recurso que este país tem é o capital humano", frisou, sustentando que o progresso nacional depende de quadros "competentes, cientificamente bem formados e profundamente comprometidos com a pátria".
Aos graduados, Chapo deixou uma mensagem de responsabilidade e serviço público: "O vosso diploma não é o fim de um percurso, pelo contrário, é o início de uma nova responsabilidade, que é a de servir o país com competência, com responsabilidade, com honestidade, com integridade, com ética e patriotismo", declarou, desafiando a UEM a continuar a afirmar-se como "fábrica do saber e farol da esperança", comprometida com a ciência, a ética e a juventude.
A Universidade Eduardo Mondlane tem origens na Aula de Anatomia de Lourenço Marques - designação de Maputo no período colonial -, estabelecida em 1789. Em 1968 foi constituída a Universidade Lourenço Marques, que após a independência passou a designar-se, em 1976, Universidade Eduardo Mondlane (1920-1969), em homenagem ao primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Atualmente, conta com 48.306 estudantes inscritos em 204 cursos, dos quais 104 de licenciatura, 85 de mestrado e 15 de doutoramento.
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