Presidente da delegação da UE saúda acordo alcançado na COP30
- 24/11/2025
"A Europa conseguiu garantir avanços concretos na COP30 e evitou um não-acordo, que seria desastroso para o clima e para o multilateralismo a nível global", afirma a Lídia Pereira, citada num comunicado.
Segundo a eurodeputada, "um não-acordo significaria uma vitória direta das forças que tentaram bloquear a COP30, onde infelizmente se inclui o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump".
O acordo deixou descontentes muitos países por não incluir um roteiro para o abandono dos combustíveis fósseis, devido à pressão dos países árabes, Rússia, Índia e China, reação que o secretário executivo da Convenção para o Clima, Simon Stiell, disse entender.
O texto pede esforços para triplicar até 2035 o financiamento destinado à adaptação de países em desenvolvimento, que estava em 40 mil milhões de dólares e poderá assim chegar a 120 mil milhões, embora os países vulneráveis considerem o objetivo insuficiente.
Lídia Pereira sublinha tratar-se de "um sinal claro de solidariedade e responsabilidade internacional para com os países mais vulneráveis".
Em termos geopolíticos, a eurodeputada do PSD considera que um dos aspetos mais relevantes desta COP foi a recomposição das alianças internacionais, assinalando que o Reino Unido se reaproximou das posições da UE e "o G20 confirmou a urgência de acelerar a ação climática".
Mesmo a delegação chinesa, com que reuniu, se apresentou "construtiva e a querer colaborar ativamente com a Europa no combate às alterações climáticas, inclusive com uma estratégia para alcançar a neutralidade carbónica até 2060", adianta.
Destaca ainda a criação do evento político de alto nível dedicado à implementação das medidas acordadas, que "permite manter a pressão internacional sobre os maiores emissores" e o lançamento de "uma iniciativa plurilateral para acelerar a transição" dos combustíveis fósseis para as energias renováveis.
Segundo Lídia Pereira, o texto final do acordo reconhece, pela primeira vez desde a COP do Dubai, em 2023, que existe "um fosso entre as metas anunciadas e aquilo que é necessário para manter o objetivo de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C, sendo este um ponto que a União Europeia defendia desde o primeiro dia".
Para a presidente da delegação do Parlamento Europeu, a COP 30 assegura condições para que a década de 2030 seja, finalmente, uma década de implementação.
"A COP30 não resolve tudo, como nenhuma COP resolve. Mas deu-nos avanços concretos e manteve o caminho aberto para acelerar a execução. Agora é a altura de transformar os compromissos em resultados, porque o tempo para cumprir o Acordo de Paris está a esgotar-se", afirma no comunicado.
O comissário europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, admitiu que os 27 teriam preferido "mais, e mais ambição em tudo", mas tiveram de apoiar o acordo porque, "pelo menos, ele aponta na direção certa".
Na mesma linha, a ministra do Ambiente portuguesa, Maria da Graça Carvalho, declarou que o texto aprovado é "o acordo possível", sublinhando que a alternativa, não haver acordo, "seria terrível".
O Brasil, país anfitrião do encontro que terminou no sábado, lançou um fundo inovador que investirá recursos no mercado e usará os rendimentos para pagar a contribuintes e países que protegem as florestas.
O fundo já recebeu cerca de 5,5 bilhões de dólares em compromissos iniciais (Brasil, Noruega, Alemanha, Indonésia, França e Portugal).
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