Presidente moçambicano aponta "sabotagem" no início do mandato
- 18/12/2025
"No rigor dos factos, trata-se de uma informação relativa a 11 meses e 3 dias de governação, dos quais apenas oito meses correspondem à governação plena, dado que o arranque do mandato foi afetado por episódios de instabilidade e sabotagem que exigiram responsabilidade, serenidade e calma, mas muita firmeza para restaurar a ordem e segurança públicas e proteger vidas humanas e património do povo moçambicano", disse Chapo, no parlamento.
A apresentação do estado da nação iniciou-se cerca das 10:15 locais (08:15 em Lisboa), na Assembleia da República, em Maputo, sendo este um ano marcado pela recessão económica, em quatro trimestres consecutivos, na sequência da agitação que se seguiu às eleições gerais de outubro de 2024 que, além de mais de 400 mortos, provocou saques generalizados e destruição de património público e empresas, protestos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que nunca reconheceu os resultados das eleições gerais de 09 de outubro.
O chefe de Estado, que está a apresentar o seu primeiro informe sobre o estado da nação, reconheceu que "apesar deste contexto desafiante", os "primeiros oito meses, revelaram sinais fortes e inequívocos de uma nova forma de governar".
"São estes sinais a estabilização da nação moçambicana, diálogo nacional transformado em prática quotidiana do povo moçambicano, aproximação real entre o Estado e os cidadãos, reformas corajosas dos alicerces do Estado, reposicionamento institucional para combater desigualdades e acelerar o desenvolvimento inclusivo e recuperação da confiança interna e externa numa governação transparente, íntegra, próxima e orientada para os resultados", afirmou.
Daniel Chapo, empossado em 15 de janeiro, referiu que ao longo deste primeiro ano ouviu "lamentos, críticas, sugestões e esperanças": "Cada rosto encontrado no terreno, cada palavra escutada nas aldeias, nos bairros, cada crítica construtiva partilhada nas comunidades, pelo país todo e na diáspora, orienta esta informação que estamos a trazer. Governar ouvindo o povo não é um 'slogan', é um método e uma escolha definitiva da nossa governação".
"O ano prestes a findar ensinou-nos que Moçambique tem desafios complexos, mas tem uma força maior do que qualquer adversidade, que é a força do seu povo, um povo que trabalha, um povo que levanta depois de cada tempestade", afirmou.
Garantiu que a informação que está a prestar, ato previsto na Constituição, "não é apenas um ato formal", sendo antes "um exercício de diálogo, de aproximação entre governantes e governados e de fortalecimento do Estado de direito democrático".
"A informação que hoje trazemos procura responder a uma pergunta central. Como está hoje a nação moçambicana? Uma nação que tem cada cidadão e em cada cidadão, incluindo os que ainda não nasceram, acionistas do projeto coletivo que estamos a construir. É a esse acionista soberano, o povo moçambicano, do Rovuma ao Maputo, do Zumba ao Índico e na diáspora, que prestamos contas com verdade e rigor", garantiu.
"Mais do que cumprir o comando constitucional, estamos nesta casa para prestar contas, que é uma obrigação moral perante os verdadeiros donos de Moçambique, que é o povo moçambicano. O povo que é a bússola, o farol e o GPS da nossa governação", disse Chapo, acrescentando: "Nós nascemos do povo, crescemos com o povo e fomos eleitos pelo povo. Por isso, estamos aqui de coração aberto para falar do povo para o povo".
O Presidente moçambicano está a apresentar hoje, no parlamento, em Maputo, a sua primeira informação sobre o estado da nação, conforme prevê a Constituição da República.
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