Quase 25.000 tratores nas estradas na Grécia contra atrasos nos apoios
- 10/12/2025
Segundo a Federação das Associações Agrícolas de Larissa, "perto de 25.000" tratores estão hoje mobilizados nas principais estradas da Grécia.
O vice-presidente da associação, Sokratis Alifteiras, adiantou à Agência France Presse (AFP) que se registam 55 bloqueios em todo o país.
Os criadores de gado e os agricultores exigem ter acesso aos subsídios europeus, cujo pagamento se encontra atrasado, após uma fraude, que envolveu dinheiros de Bruxelas.
"Os preços dos nossos produtos são tão humilhantes, que o custo de produção é superior ao dinheiro que ganhamos", apontou um produtor de algodão Iordanis Ioannidis, numa manifestação perto da cidade de Karditsa, no Centro do país.
Para Ioannidis, o setor agrícola bateu no fundo e não há vontade política para ajudar os trabalhadores.
Nos últimos dias, os agricultores gregos também bloquearam postos fronteiriços, aeroportos e outros pontos estratégicos do país. O protesto dos agricultores decorre desde o final de novembro.
O Aeroporto Internacional de Heraklion, em Creta, retomou hoje as suas operações, após ter sido ocupado por dezenas de agricultores, gerando cancelamentos e atrasos entre segunda e terça-feira.
Em Karditsa, que fica na principal região agrícola, a autoestrada ficou igualmente bloqueada por centenas de tratores.
"Se o Governo grego quer realmente punir aqueles que roubaram, deve recuperar o dinheiro e devolvê-lo aos verdadeiros agricultores", defendeu um produtor, de 47 anos, Kostas Tsoukalas à AFP.
Esta segunda-feira, dezenas de agricultores atacaram a polícia de choque em Creta.
O Governo já assegurou estar aberto ao diálogo e prometeu fundos adicionais para apoiar o setor.
Os atrasos nos pagamentos dos subsídios estão relacionados com a análise pelas autoridades de todos os pedidos, após revelações de fraudes generalizadas nos subsídios agrícolas da UE.
De acordo com as autoridades gregas, mais de 30 milhões de euros em subsídios da Política Agrícola Comum (PAC) foram desviados para pessoas que reclamaram auxílios para terras que não lhes pertenciam ou que declararam um rebanho superior ao que possuíam.
O Ministério Público Europeu abriu uma investigação a este caso.
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