Quénia emite mandato de captura de britânico suspeito de homicídio
- 16/09/2025
Treze anos depois, o juiz do Tribunal Superior de Nairobi, Alexander Muteti, considerou que existia "um motivo provável para ordenar a prisão do acusado e a sua apresentação ao tribunal para julgamento".
O suspeito é um "cidadão e residente do Reino Unido", esclareceu o magistrado, sem dizer se se tratava de um militar.
Um procedimento de extradição será iniciado, anunciou paralelamente o escritório queniano do Diretor de Processos Públicos (ODPP) na rede social X.
Questionada pela agência de notícias France-Presse (AFP), a embaixada britânica em Nairobi não reagiu de imediato.
O cadáver de Agnes Wanjiru, uma jovem mãe de 21 anos, foi encontrado na fossa sética de um hotel em Nanyuki, perto de um campo de treinos do exército britânico no centro do Quénia.
A vítima foi vista viva pela última vez com um soldado britânico.
Em 2021, após anos de adiamentos, a polícia queniana anunciou uma reabertura da investigação após revelações do Sunday Times.
Segundo a publicação britânica, citando vários depoimentos de militares, o soldado teria admitido na mesma noite, aos seus colegas, que matou Agnes Wanjiru e o assassinato teria sido denunciado à hierarquia militar, sem consequências.
"Como família, estamos muito felizes, pois isso dura há muitos anos, mas agora, percebemos que um passo foi dado", comentou à AFP a irmã da vítima, Rose Wanyua Wanjiku.
Desde a independência do Quénia em 1963, a antiga potência colonial britânica manteve uma base, a Unidade de Formação do Exército Britânico no Quénia (Batuk), nos subúrbios de Nanyuki, a cerca de 200 quilómetros a norte da capital Nairobi.
A sua presença alimenta a economia local, mas também tem sido fonte de controvérsias.
Em 2003, a ONG de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional denunciava "décadas de impunidade".
A questão da competência da lei queniana sobre os soldados britânicos que a infringem tem sido o objeto de várias disputas entre Londres e Nairobi.
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