Quer ir aos Estados Unidos? As redes sociais podem ser um entrave
- 10/12/2025
Se está a pensar ir aos Estados Unidos, saiba que poderá ter de mostrar a sua atividade dos últimos cinco anos nas redes sociais, de acordo com uma proposta apresentada, na terça-feira, pela Alfândega e Proteção de Fronteiras do país.
Conta o The New York Times, que viajantes que queiram visitar os Estados Unidos oriundos do Reino Unido, França, Alemanha e Coreia do Sul só poderão entrar no país depois de passarem por uma revisão das suas redes sociais dos cinco anos anteriores.
Uma mudança que irá afetar não só os visitantes que são elegíveis para o programa de isenção de visto, mas também tantos outros.
Note-se que há pessoas de 42 países que podem viajar para os Estados Unidos até 90 dias sem visto, desde que obtenham uma autorização eletrónica (conhecida como ESTA).
Num documento publicado na terça-feira no Registo Federal, a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sigla em inglês) afirmou que está a planear solicitar aos requerentes uma longa lista de dados pessoais, incluindo as redes sociais, endereços de e-mail dos últimos 10 anos e os nomes, datas de nascimento, locais de residência e locais de nascimento dos pais, cônjuges, irmãos e filhos.
No sistema atual, note-se, os viajantes dos países isentos de visto devem inscrever-se no Sistema Eletrónico para Autorização de Viagem (ESTA), pagando cerca de 40 dólares e fornecendo um endereço de e-mail, endereço residencial, número de telefone e informações de contacto de emergência. Esta autorização é válida por dois anos.
Esta medida do CBP segue ações semelhantes do governo dos Estados Unidos no que toca à análise das redes sociais de algumas pessoas que solicitam o visto, incluindo aqueles que querem o visto H-1B, que é concedido a trabalhadores estrangeiros qualificados, assim como candidatos a vistos de estudante e investigador.
Na proposta, o CBP quer ainda cobrar uma nova taxa de integridade de visto de cerca de 250 dólares aos visitantes. No entanto, aqueles que pertencem aos países isentos de visto ficarão isentos desta taxa.
Se o plano for aprovado, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos poderá começar a implementar estas mudanças gradualmente ao longo das próximas semanas e meses.
Bo Cooper, sócio da Fragomen - empresa especializada exclusivamente em serviços de imigração e mobilidade internacional -, classificou esta abordagem como uma "mudança do paradigma" quando comparado com a altura em que as agências utilizam as redes sociais para verificar factos específicos, como, por exemplo, atividades criminosas.
"O novo método envolve analisar as mensagens online e, de seguida, recusar viagens com base em critérios e políticas sobre o tipo de conteúdo que é dito. Será interessante ver os números do turismo", disse.
Por seu turno, uma advogada da Eletronic Frontier Foundation, afirmou que a divulgação e vigilância obrigatórias das redes sociais "exacerbarão os danos às liberdades civis".
"Não se mostrou eficaz na procura de terroristas e outros criminosos. Mas, diminuiu a liberdade de expressão e invadiu a privacidade de viajantes inocentes, assim como dos seus familiares, amigos e colegas americanos", notou.
Num comunicado, a CBP disse que aceitaria comentários públicos sobre esta proposta durante 60 dias.
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