Relatora da ONU critica Conselho de Segurança sobre Gaza
- 20/11/2025
Albanese disse que continuava a "processar a deceção" com o plano aprovado nas Nações Unidas na segunda-feira, que inclui o estabelecimento de uma Força de Segurança Internacional (ISF, na sigla em inglês) na Faixa de Gaza.
Para Albanese, o texto aprovado, com base no plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é contrário ao direito palestiniano à autodeterminação e "consolida a presença ilegal de Israel" no terreno.
Substitui "as obrigações legais para com os palestinianos por um modelo de controlo estrangeiro que consolida as assimetrias de poder existentes", afirmou, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
A resolução foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU com 13 votos a favor e as abstenções da China e da Rússia.
Determina a formação da ISF para garantir, até dezembro de 2027, as fronteiras de Gaza com Israel e o Egito, proteger civis e corredores humanitários e capacitar uma nova força policial palestiniana.
"Sejamos honestos: os interesses por trás deste plano são israelitas e norte-americanos", lamentou a relatora italiana durante uma conferência de imprensa no Parlamento Europeu.
Albanese considerou também que o cessar-fogo em vigor em Gaza desde 10 de outubro constitui uma desculpa para que o Ocidente possa continuar indiferente ao que acontece na Palestina.
"O cessar-fogo tornou-se uma palavra para agradar às pessoas deste lado do mundo ou às instituições para que possam continuar a ser indiferentes ao sofrimento da Palestina. Mas não os deixaremos ficar na sua zona de conforto", afirmou.
A relatora da ONU disse que o cessar das hostilidades não foi cumprido "nem por um único dia" desde que foi proclamado há pouco mais de um mês.
Denunciou que, desde o anúncio do cessar-fogo, entre 250 e 300 palestinianos foram assassinados só na Faixa de Gaza e que os bombardeamentos israelitas não cessaram.
Para Albanese, o cessar-fogo foi uma maneira de "silenciar aqueles que estavam a pedir para parar o genocídio, a ocupação e o 'apartheid'".
"Pergunto à União Europeia: o que é que nós ganhamos com tudo isto? Só nos vai distrair e diminuir o padrão do que é politicamente aceitável", lamentou.
Albanese agradeceu aos cidadãos da União Europeia e em muitas parte do mundo que participaram em manifestações nos últimos meses por terem demonstrado que aprenderam as lições do Holocausto.
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