Relatório sobre Elevador da Glória é "muito mais do que tinha pensado"
- 23/10/2025
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que o relatório preliminar sobre o descarrilamento do Elevador da Glória, conhecido esta semana, tem mais do que esperava, mas é 'preciso' que chegue o documento final para que sejam avaliadas consequências políticas.
"Sou jurista. Quero esperar pelo relatório definitivo. Claro que o relatório preliminar já deu algumas consequências, mas isso são decisões de quem as tomou", defendeu quando questionado sobre o assunto pela RTP. Note-se que, na quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, esteve reunido com o presidente do Conselho de Administração da Carris, Pedro Bogas. No encontro, "foi apresentada a renúncia ao cargo de presidente da Carris, extensível a todos os restantes elementos do Conselho de Administração da empresa".
O chefe de Estado apontou que é preciso esperar pelo relatório definitivo, que poderá demorar mais de um ano, para ver se "se confirma tudo aquilo que vem no relatório preliminar, que é muito mais do que tinha pensado".
"Em função do definitivo é preciso de facto apurar as responsabilidades", reforçou.
Marcelo defendeu ainda que não queria "antecipar" qualquer opinião no âmbito de eventuais consequências políticas, dado que o documento final deverá ser feito, segundo defendeu, da mesma forma que o que foi conhecido esta semana, "sem pressão".
Questionado sobre que tipo de matérias o surpreenderam no relatório, o chefe de Estado insistiu que "não queria estar a pressionar". "Tinha-se falado de duas ou três coisas, sobretudo. E o relatório junta a essas duas ou três mais algumas", afirmou.
Em causa está o relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) ao acidente com o Elevador da Glória, que aconteceu a 3 de setembro e causou 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades. De acordo com estas primeiras conclusões, os ascensores, como o da Glória e do Lavra, em Lisboa, assim como os elétricos da Carris, estão fora da supervisão do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), estando apenas debaixo da fiscalização da própria empresa gestora.
O GPIAAF "constatou que os carros elétricos" da Carris "estão na mesma situação [sem supervisão independente], por não existir um enquadramento legal para a regulação técnica e de segurança dos sistemas de elétricos que circulam em via não reservada".
Foi também conhecido que o cabo que unia as duas cabinas do Elevador da Glória e que cedeu no seu ponto de fixação da carruagem que descarrilou não respeitava as especificações da Carris, nem estava certificado para uso em transporte de pessoas.
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