Restos mortais de cinco reféns continuam em Gaza. Quem são?
- 08/11/2025
O Hamas afirma que não conseguiu recuperar todos os restos mortais porque estes se encontram soterrados sob os escombros deixados pela ofensiva israelita de dois anos em Gaza.
O cessar-fogo em Gaza, mediado pelos Estados Unidos, começou em 10 de outubro.
Israel acusa o movimento de resistência islâmico de atrasar deliberadamente o processo e ameaça retomar as operações militares ou suspender a ajuda humanitária caso todos os corpos não sejam devolvidos.
Na libertação mais recente, o Hamas entregou os restos mortais de um israelo-argentino que morreu a combater o grupo durante o ataque de 07 de outubro de 2023, que deu início à guerra -- foi identificado como Lior Rudaeff, que tinha 61 anos quando foi morto.
Em troca, Israel devolveu 285 corpos de palestinianos a Gaza.
As autoridades israelitas não divulgaram pormenores sobre as suas identidades, e não está claro se se tratava de pessoas mortas em Israel durante o ataque de 07 de outubro, de detidos palestinianos que morreram sob custódia israelita ou de corpos retirados de Gaza por tropas israelitas durante a guerra.
Os serviços de saúde em Gaza têm tido dificuldades em identificar os corpos, devido à falta de acesso a 'kits' de ADN, tendo conseguido identificar 84 até ao momento.
Segue-se um retrato dos reféns cujos restos mortais ainda não foram devolvidos:
Meny Godard, 73 anos
Meny Godard foi jogador profissional de futebol antes de se alistar no exército israelita e de participar na guerra do Médio Oriente de 1973, segundo o Kibutz Be'eri. Desempenhou várias funções no 'kibutz', incluindo na tipografia local.
Na manhã de 07 de outubro, Godard e a mulher, Ayelet, foram forçados a sair de casa depois de esta ser incendiada. A mulher escondeu-se nos arbustos durante várias horas até ser descoberta e morta pelos militantes.
Antes de morrer, conseguiu dizer aos filhos que Meny tinha sido morto. A família realizou um funeral duplo para o casal. Deixaram quatro filhos e seis netos.
Hadar Goldin, 23 anos
Os restos mortais de Hadar Goldin são os únicos que permanecem em Gaza desde antes da guerra atual.
O soldado israelita foi morto em 01 de agosto de 2014, duas horas depois de entrar em vigor um cessar-fogo que pôs termo ao conflito desse ano entre Israel e o Hamas.
Com base em provas encontradas no túnel para onde o corpo de Goldin foi levado, incluindo uma camisa ensanguentada e franjas de oração, o exército concluiu rapidamente que ele tinha morrido no ataque.
Goldin deixou os pais e três irmãos, incluindo um gémeo. Tinha pedido a namorada em casamento antes de morrer. No início deste ano, a família assinalou os 4.000 dias desde que o corpo foi levado. O exército recuperou este ano o corpo de outro soldado morto na guerra de 2014.
Ran Gvili, 24 anos
Ran Gvili, membro de uma unidade policial de elite, estava a recuperar de uma fratura no ombro provocada por um acidente de mota, mas apressou-se a ajudar colegas no dia 07 de outubro.
Depois de auxiliar pessoas a fugir do festival de música Nova, foi morto em combate noutro local e o corpo levado para Gaza. O exército confirmou a morte quatro meses depois. Deixou os pais e uma irmã.
Dror Or, 52 anos
Dror Or, pai de três filhos, trabalhava na exploração leiteira do Kibutz Be'eri há 15 anos, tendo chegado a gerente. Era um especialista em fabrico de queijos, segundo familiares e amigos.
Em 07 de outubro, a família escondeu-se no quarto de segurança quando os atacantes incendiaram a casa. Dror e a mulher, Yonat, foram mortos. Dois dos filhos, Noam, de 17 anos, e Alma, de 13, foram raptados e libertados durante o cessar-fogo de novembro de 2023.
Sudthisak Rinthalak
Sudthisak Rinthalak era um trabalhador agrícola tailandês que trabalhava no Kibutz Be'eri.
Segundo relatos da comunicação social, era divorciado e trabalhava em Israel desde 2017.
No total, 31 trabalhadores tailandeses foram raptados em 07 de outubro, o maior grupo de estrangeiros mantidos em cativeiro.
A maioria foi libertada durante o primeiro e o segundo cessar-fogo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia afirmou que, além dos reféns, 46 tailandeses foram mortos durante a guerra.
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