Rússia responde a alerta do Reino Unido: "Declarações provocatórias"
- 20/11/2025
A Embaixada da Rússia no Reino Unido acusou o ministro da Defesa britânico, John Healey, de ter feito "declarações provocatórias", após ter advertido o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a presença do navio militar Yantar em águas britânicas.
"Tomámos conhecimento das recentes declarações provocatórias do ministro da Defesa britânico, John Healey. Desta vez, o pretexto foi a atividade do navio de pesquisa oceanográfica russo Yantar em águas internacionais", começou por referir a embaixada numa publicação na plataforma Telegram.
Para a embaixada, as "intermináveis acusações e suspeitas da liderança britânica são ridículas", uma vez que as ações da Rússia "não afetam os interesses do Reino Unido e não visam minar a sua segurança".
"Não temos qualquer interesse nas comunicações submarinas britânicas. Contudo, Londres, com as suas políticas russófobas e a escalada da histeria militarista, está a degradar ainda mais a segurança europeia, criando as condições para novas situações perigosas", alertou a embaixada russa, apelando ao Reino Unido "para que se abstenha de medidas destrutivas que exacerbam a crise no continente europeu".
Ministro britânico deixou alerta: "Estamos a ver-vos. Sabemos o que estão a fazer"
A declaração da Embaixada da Rússia no Reino Unido surge após John Healey ter advertido Putin numa conferência de imprensa, na manhã desta quarta-feira.
"A minha mensagem à Rússia e a Putin é a seguinte: estamos a ver-vos. Sabemos o que estão a fazer. E se o Yantar se dirigir para sul esta semana, estamos preparados", afirmou.
Segundo o Ministério da Defesa, o navio Yantar é uma embarcação utilizada para recolher informações e mapear cabos submarinos, arrastando sensores atrás de si. A marinha britânica mobilizou a fragata HMS Somerset e a força aérea destacou aeronaves P-8 para acompanhar os movimentos da embarcação.
O ministro especificou que o Yantar se encontrava agora na fronteira das águas britânicas ao norte da Escócia e que, pela primeira vez, tinha apontado os seus lasers para pilotos britânicos que vigiavam as suas atividades.
Esta é a segunda vez este ano que este navio espião russo é destacado para as águas do Reino Unido, sendo uma de muitas embarcações russas concebidas para ameaçar a nossa infraestrutura subaquática crítica.
A 22 de janeiro, John Healey já tinha alertado Vladimir Putin após a deteção deste "navio espião russo" no Canal da Mancha e depois no Mar do Norte, tendo na altura também sido mobilizados recursos militares para o vigiar.
O Yantar seguiu então para o Mediterrâneo.
Marinha Portuguesa também já acompanhou passagem do navio Yantar
A Marinha Portuguesa também esteve envolvida em operações de acompanhamento do navio Yantar por águas internacionais.
A 25 de novembro de 2024, a Marinha informou que terminou uma "extensa operação de monitorização e acompanhamento" do navio da federação russa Yantar que tinha sido "iniciada durante os primeiros dias" desse mês.
A operação "abrangeu toda a Zona Económica Exclusiva do Continente" e esteve a ser monitorizado de forma "permanente" por parte do Centro de Operações Marítimas, que coordenou também o "emprego NRP Sines no acompanhamento próximo dos movimentos deste navio-espião".
Cerca de dois meses depois, a 19 de janeiro deste ano, a Marinha fez um anúncio semelhante, indicando que a embarcação, que navegou em águas da responsabilidade de países aliados, é conhecida "por pertencer ao programa russo de pesquisa das infraestruturas críticas submarinas, como oleodutos ou cabos submarinos de telecomunicações", e pelas "suas capacidades de operar veículos para exploração a grandes profundidades (Remotely Operated Vehicles – ROV)".
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