Scholes 'avisa' Ruben Amorim: "É simpático, mas a pressão vai ser enorme"
- 16/09/2025
Paul Scholes disse acreditar, na noite de segunda-feira, que Ruben Amorim terá mesmo de fazer uma mudança na sua filosofia de jogo sob pena de ser despedido do Manchester United. Na antena da BBC, a lenda dos red devils apontou para a redução da margem de erro que o treinador português terá em Old Trafford.
"Ele não pode continuar a jogar desta forma. Simplesmente não pode. A determinado momento ele terá de pensar: 'Tenho de mudar algo, porque o que estou a fazer não está a resultar e não estou a obter resultados'. A prova está aí", começou por dizer Paul Scholes, prosseguindo.
"Eu gosto do Amorim. Com tudo aquilo que diz ele parece ser simpático, mas infelizmente os resultados pintam o quadro. Neste momento não é bom o suficiente. Neste momento, se os resultados não melhorarem as exibições não contam assim tanto. Ele tem de ganhar alguns jogos ou a pressão vai ser enorme", apontou o antigo craque inglês.
Paul Scholes também apontou o dedo à direção do Manchester United pela forma como encararam o mercado de verão, lamentando os responsáveis do clube inglês se tenham apenas preocupado em reforçar o ataque - Matheus Cunha, Bryan Mbeumo e Benjamin Sesko custaram, juntos, mais de 200 milhões de euros.
"Não acredito que exista qualidade [no plantel]. Seja quem jogue naquele meio campo a dois com os cinco médios [do plantel], cada combinação que ele [Ruben Amorim] tente fazer parece não funcionar. Isso é um grande problema. Pensei durante todo o verão que seria uma prioridade absoluta [comprar] um novo médio que corresse, que jogasse e que conseguisse controlar o jogo", vincou Scholes, antes de analisar a situação da baliza.
"O guarda-redes é outro grande problema. Eles precisaram mesmo do jogo com o Grimsby para perceber que o [André] Onana não ser suficientemente bom? Se o Manchester United não demonstrou interesse em Donnarumma quando ele ficou disponível no mercado, então isso é um crime. A direção decidiu contratar avançados. Precisavam de o fazer, mas era necessário comprarem três? Não tenho a certeza disso", rematou o histórico médio inglês, que fez mais de 700 jogos ao serviço do Manchester United.
Amorim sob pressão
As palavras de Paul Scholes sobre Ruben Amorim alinham-se com a grande maioria dos críticos em Inglaterra. O crédito do treinador português está cada vez mais reduzido e o arranque desta nova temporada - o pior da história do Manchester United desde 1992/1993 - faz disparar todos os alarmes em Old Trafford.
Ainda assim, Amorim já afirmou que não vai mudar o seu sistema tático - baseado no 3x4x3 - e deixando, inclusive, o aviso que cabe ao United mudar de treinador caso queira algo diferente.
"Eu percebo e aceito. Não é um registo que devêssemos ter no Manchester United. Há muitas coisas - vocês não têm ideia do que se passou nos últimos meses -, mas eu aceito isso. Eu não vou mudar. Quando quiser mudar a minha filosofia, vou mudar. Se não, terão de mudar o homem. Vamos falar sobre isto sempre que perdermos um jogo. Eu não acredito nisso, no sistema ou no quer que seja. Eu acredito na minha filosofia e vou jogar assim até que queira mudar", defendeu Amorim, na sala de imprensa, após a derrota frente ao Manchester City (0-3), registada no domingo, prosseguindo.
"A minha mensagem para os adeptos é que eu vou dar tudo e sempre a pensar no melhor para o clube. Essa sempre foi a mensagem. Não é minha decisão [continuar no comando técnico do Manchester United]. Até lá, estou aqui para dar o meu melhor. Eu quero mesmo ganhar jogos. Estou a sofrer mais do que eles [adeptos]", concluiu o treinador português.
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