Senadores dizem que plano de Trump é "lista de desejos" russa
- 23/11/2025
Um porta-voz do Departamento de Estado negou a versão dos senadores, chamando-a de "flagrantemente falsa".
O plano de paz de 28 pontos foi elaborado pela Administração Trump e pelo Kremlin sem o envolvimento da Ucrânia e integra muitas das exigências russas que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, rejeitou categoricamente em dezenas de ocasiões, incluindo a renúncia a grandes partes do território.
Trump afirmou que quer que a Ucrânia aceite o plano até o final da próxima semana.
Numa conferência de segurança no Canadá, o senador independente do Maine Angus King, a senadora democrata Jeanne Shaheen e o republicano Mike Rounds, da Dakota do Sul - críticos da abordagem do Presidente Donald Trump para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia - revelaram que falaram com Rubio quando o secretário de Estado viajou para Genebra para conversas sobre o plano.
King disse que Rubio lhes disse que o plano "não era o plano do governo", mas uma "lista de desejos dos russos".
"Este governo não foi responsável por esta versão na sua forma atual", disse Rounds. "Eles querem utilizá-la como ponto de partida", acrescentou.
Rounds disse ainda que, "para começar, parece que foi sido escrito em russo no início".
Rubio, que atua como conselheiro de segurança nacional e secretário de Estado, deve participar hoje, com o enviado diplomático de Donald Trump, Steve Witkoff, numa reunião em Genebra para discutir a proposta de Washington, de acordo com um funcionário norte-americano que não estava autorizado a revelar quais os restantes membros dos Estados Unidos participantes na reunião e falou sob condição de anonimato, revelou a Associated Press.
Tommy Pigott, porta-voz do Departamento de Estado, negou as alegações dos senadores. "Como o secretário Rubio e toda a Administração têm afirmado consistentemente, este plano foi elaborado pelos Estados Unidos, com contribuições tanto dos russos como dos ucranianos", escreveu Pigott na rede social X.
Ainda em considerações sobre o plano, os três senadores afirmaram que aquele apenas recompensaria Moscovo pela agressão e enviaria uma mensagem a outros líderes que ameaçam vizinhos.
A oposição dos senadores ao plano segue-se às críticas de outros legisladores norte-americanos, incluindo alguns republicanos.
"Recompensa a agressão, pura e simplesmente. Não há justificação ética, legal, moral ou política para a Rússia reivindicar o leste da Ucrânia", afirmou King durante um painel de discussão no Fórum Internacional de Segurança de Halifax, no Canadá.
Putin acolheu a proposta na sexta-feira à noite, dizendo que "poderia formar a base de um acordo de paz definitivo", se os EUA conseguissem que a Ucrânia e aliados europeus concordassem.
Zelenskyy não rejeitou o plano de imediato, mas insistiu num tratamento justo, ao mesmo tempo que se comprometeu a "trabalhar calmamente" com Washington e outros parceiros no que classificou como "um dos momentos mais difíceis" da história do país.
Donald Trump deu um prazo a Zelensky até 27 de novembro para dar resposta às soluções propostas, porém, este sábado, o Presidente norte-americano respondeu "não" à pergunta sobre se o seu plano era a sua "última oferta".
"Estamos a tentar pôr fim a isto. De uma forma ou de outra, temos de pôr fim a isto", afirmou Trump à imprensa, sem acrescentar detalhes.
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