Serviços secretos belgas apontam para a Rússia após avistamento de drones
- 06/11/2025
"A ameaça é séria, é preciso ter consciência disso", afirmou o ministro da Defesa belga, Theo Francken, perante o parlamento, sem contudo mencionar qualquer autor específico, aludindo aos drones que sobrevoaram as bases militares de Elsenborn, junto à fronteira com a Alemanha, e de Marche-en-Famenne, no sul do país, bem como aos aeroportos de Bruxelas e de Liège, temporariamente encerrados terça-feira.
De acordo com informações recolhidas pelos serviços secretos belgas, o responsável por estas ações será um "ator estatal", provavelmente a Rússia, referiu a imprensa belga, citando fontes da reunião preparatória do Conselho Nacional de Segurança belga, convocada pelo primeiro-ministro, Bart de Wever, para quinta-feira.
Face aos acontecimentos, o chefe do Governo, os vice-primeiros-ministros e os ministros da Justiça, da Defesa, da Administração Interna e dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se na manhã de quinta-feira para analisar a situação.
O avistamento destes aparelhos aéreos não-tripulados também levou ao encerramento dos pequenos aeroportos de Ostende, na sexta-feira, e de Antuérpia, no sábado, ambos no norte da Bélgica.
Na terça-feira, a situação repetiu-se nos aeroportos de Liège e no internacional de Zaventem, em Bruxelas, onde foram cancelados 54 voos.
O serviço de informações belga referiu que, em várias ocasiões, os drones foram vistos a voar em formação e durante a noite, o que demonstra conhecimento e experiência técnica no manuseamento deste tipo de aeronaves não tripuladas.
No ano passado, a Bélgica registou cerca de 30.000 incidentes com drones, embora só em duas ocasiões tenha sido necessário alterar rotas aéreas.
Agora, a situação é considerada mais grave, com as autoridades belgas a sublinhar que o momento em que surgiram os novos avistamentos "não é casual", pois coincide com o debate no Governo sobre a autorização do uso de fundos russos congelados para financiar a reconstrução da Ucrânia.
Na cimeira dos líderes da UE, há duas semanas, Bart de Wever vetou a utilização desses fundos -- cuja grande maioria, cerca de 185 mil milhões de euros, está depositada na entidade belga Euroclear --, mas os 27 vão voltar a discutir o tema na reunião do Conselho Europeu de dezembro.
O ministro da Defesa belga admitiu a possibilidade de abater os drones, enquanto a Bélgica mantém contacto com os parceiros europeus, depois de, nas últimas semanas, também terem sido detetados aparelhos idênticos nas proximidades de aeroportos ou instalações militares de vários Estados-membros da UE.
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