Simplificação da UE divide PSD e Chega. PS e BE defendem democracia
- 29/10/2025
O "chumbo" do projeto de simplificação legislativa ('Omnibus 1'), na semana passada no plenário do Parlamento Europeu, foi um dos temas que dominou um debate entre eurodeputados portugueses, no âmbito do programa de formação do Parlamento Europeu para jovens jornalistas, co-organizado pela Lusa e pelo gabinete do Parlamento Europeu em Portugal, na sede da agência de notícias portuguesa, em Lisboa.
A social-democrata Lídia Pereira assinalou que a iniciativa da Comissão Europeia "está alinhada com as prioridades que o próprio Governo [português] também identificou com a reforma do Estado" para "aliviar os custos administrativos, sobretudo para as pequenas e médias empresas".
O Parlamento Europeu "está no foco da atenção para ir ao encontro dessa vontade que é sinalizada muitas vezes pelas pessoas, pelas dificuldades de burocracia que alguns dossiês legislativos têm", disse a eurodeputada do PSD, que integra o grupo do Partido Popular Europeu (PPE), maioritário no hemiciclo europeu.
Pelo contrário, António Tânger Corrêa, do Chega (grupo Patriotas pela Europa, terceiro grupo parlamentar), destacou que "a suspensão de alguns aspetos da agenda verde [o chamado 'green deal'] era essencial", sobre o pacote adotado pela Comissão para simplificar a legislação da UE em matéria de sustentabilidade.
O antigo embaixador português, que fez questão de se definir como diplomata e não político, também colocou as questões da imigração e da corrupção como prioritárias para o Chega.
A socialista Ana Catarina Mendes (grupo Socialistas e Democratas, S&D, segunda maior força parlamentar) colocou como prioridade a defesa da democracia.
"Todas as questões relativas à política de defesa e segurança", nomeadamente para proteger as democracias europeias dos ataques híbridos, das interferências externas ou da manipulação e desinformação, "têm a ver com a defesa da democracia", comentou a antiga ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares de António Costa.
Por outro lado, a eurodeputada socialista referiu-se ainda à presença "em número significativo" da extrema-direita no Parlamento Europeu, que, disse, "deteriora o debate político".
"Têm um discurso pernicioso contra a imigração, contra a União Europeia, contra a sociedade civil e as organizações não-governamentais e (...) constroem aquilo que eu chamaria de erosão das instituições, mas estamos cá, os democratas, para as defender", considerou.
Instado a comentar, Tânger Corrêa recordou o seu percurso como diplomata nas instituições europeias: "Está tudo dito, uma vez que nos chamam de partidos radicais, quando eu, que sou cabeça de lista do Chega, sou a pessoa mais europeizada de todos os deputados portugueses".
Para a bloquista Catarina Martins (grupo da Esquerda), a UE confronta-se com "desafios muito grandes" e que têm a ver com a "coesão social, com a própria existência da democracia, com a possibilidade que as pessoas têm de imaginar um futuro melhor e não estarem sempre com medo de um futuro pior".
"Isso liga-se claramente às opções que são feitas sobre a guerra e sobre a paz e também sobre o clima", defendeu.
O comunista João Oliveira (Esquerda) identificou como prioritárias "o quadro financeiro plurianual, a abordagem às questões económicas e também a secundarização que vai sendo feita ao nível da União Europeia de questões sociais importantes, que acabam por ficar completamente para trás, quando vai sendo dada prioridade ao militarismo, à guerra e ao armamento".
O eurodeputado da Iniciativa Liberal (grupo Renew) e candidato presidencial João Cotrim Figueiredo não pôde participar no debate.
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JH // SCA
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