Sosthène Munyemana condenado a 24 anos por genocídio dos tutsis no Ruanda
- 25/10/2025
De acordo com a agência francesa de notícias, France-Presse (AFP), que cita fontes judiciais, o tribunal de recurso confirmou a pena proferida em primeira instância em 2023 contra este homem, hoje com 70 anos, considerado culpado de genocídio, crimes contra a Humanidade, participação em conspiração para a preparação desses crimes e cumplicidade em crimes contra a Humanidade.
Preso desde a sua condenação em 2023, Sosthène Munyemana foi acusado de ter assinado uma moção de apoio ao governo provisório instituído após o atentado contra o avião do presidente hutu, Juvénal Habyarimana, que foi imediatamente seguido dos massacres que foram amplamente noticiados em todo o mundo na altura.
A moção encorajou os homicídios cometidos entre abril e julho de 1994, escreve a AFP, lembrando que o genocídio no Ruanda causou mais de 800 mil mortos, na sua maioria tutsis, de acordo com os dados das Nações Unidas.
Sosthène Munyemana também foi julgado por ter instalado barreiras e patrulhas de milícias em Tumba, na cidade de Butare, no sul do país, durante as quais as pessoas eram detidas antes de serem mortas, e por ser o guardião da chave de um armazém do setor onde os tutsis eram mantidos presos antes de serem executados.
Munyemana era próximo de Jean Kambanda, primeiro-ministro do governo provisório, condenado definitivamente em 2000 pelo Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) a prisão perpétua pela sua participação no genocídio.
Chegado em setembro de 1994 à França, onde já residia a sua esposa, Sosthène Munyemana, este pai de três filhos reconstruiu a sua vida no sudoeste do país, exercendo como médico de urgência e depois como médico de geriatria.
O seu processo era o mais antigo instaurado em França sobre factos relacionados com este genocídio: aberto em 1995 após uma queixa apresentada em Bordéus, o inquérito judicial foi transferido em 2001 para Paris, mas a acusação só foi proferida em 2018.
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