SpaceX completa com sucesso 11.º lançamento do foguetão Starship
- 14/10/2025
A Starship - o maior e mais poderoso foguetão já construído - levantou voo no céu noturno na segunda-feira, às 18:25 (00:25 de hoje em Lisboa), a partir do extremo sul do Texas, no sul dos Estados Unidos.
O propulsor desprendeu-se e fez uma entrada controlada no Golfo do México, como planeado, com a nave espacial a deslizar pelo espaço antes de descer para o Oceano Índico, não tendo sido recuperada.
O foguetão é composto pelo propulsor Super Heavy e pela nave Starship, e o objetivo da SpaceX é encontrar a chave para que ambas as partes possam ser reutilizadas em futuras missões e assim reduzir os custos nos esforços para regressar à Lua e chegar a Marte.
Os três testes anteriores também tinhando terminado com a perda da Starship, pelo que a SpaceX procedeu a modificações, retirando um número significativo de peças do veículo para testar os limites das áreas vulneráveis durante a reentrada na atmosfera terrestre.
"Ei, bem-vinda de volta à Terra, Starship", anunciou Dan Huot, da SpaceX, enquanto os funcionários aplaudiam. "Que dia!", acrescentou.
Tal como em agosto, a Starship colocou em órbita oito satélites simulados.
A agência espacial norte-americana NASA pretende enviar astronautas para a Lua até ao final da década, mas não poderá fazê-lo sem a Starship, o veículo reutilizável de 123 metros de comprimento destinado a levá-los até à superfície lunar e de volta a órbita.
O administrador interino da NASA, Sean Duffy, elogiou o progresso da Starftship. "Mais um grande passo para levar norte-americanos ao pólo sul da Lua", disse, na rede social X, também detida por Elon Musk.
Em teoria, a SpaceX deveria realizar voos para Marte a partir de 2026 e permitir que os norte-americanos regressem à Lua em 2027, mas estes prazos parecem cada vez mais difíceis de cumprir, com "milhares de desafios técnicos" ainda por ultrapassar, admitiu o próprio Musk.
"Estamos prestes a perder a Lua", alertaram três antigos altos funcionários da NASA, num artigo de opinião publicado na SpaceNews em setembro, enquanto um painel de especialistas independentes estimou que, a este ritmo, a versão modificada da Starship para servir de módulo de aterragem lunar poderia estar anos atrasada.
"É altamente improvável que cheguemos à Lua antes da China", disse o antigo responsável da NASA, Jim Bridenstine, a uma comissão do Senado, a câmara alta do parlamento dos Estados Unidos, instando Washington a desenvolver um Plano B.
Os riscos são ainda maiores, dado que o Presidente Donald Trump se refere abertamente a "uma segunda corrida espacial", numa referência à disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria (1947-1991).
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