Supremo espanhol liberta ex-dirigente do PSOE suspeito de corrupção
- 19/11/2025
Santos Cerdán foi durante anos um dos políticos mais próximos do atual primeiro-ministro de Espanha e secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, e foi até junho deputado e 'número 3' na direção do partido.
O Tribunal Supremo decidiu hoje deixá-lo em liberdade considerando que está "seriamente mitigado" o risco de destruição de provas no processo em que está a ser investigado.
Santos Cerdán terá que comparecer perante as autoridades judiciais quinzenalmente, não pode sair de território espanhol e foi-lhe retirado o passaporte.
No despacho do Tribunal Supremo conhecido hoje, o juiz diz que diminui o risco de destruição de provas depois de buscas realizadas pela polícia, mas sublinha também que se "robusteceram os indícios consistentes" contra Santos Cerdán.
Santos Cerdán foi o "número 3" do PSOE entre 2017 e junho passado e foi também o homem que negociou com os independentistas catalães a amnistia que assegurou a reeleição de Sánchez como primeiro-ministro em 2023.
O caso de Santos Cerdán abriu em junho passado uma crise em Espanha que analistas, dirigentes partidários e imprensa chegaram a considerar quase unanimemente que colocava em risco a sobrevivência política de Pedro Sánchez.
O primeiro-ministro e líder do PSOE reconheceu haver "indícios muito graves" de corrupção envolvendo Cerdán, um dos seus homens de confiança, e pediu perdão aos espanhóis e aos militantes do partido, mas tem reiterado que o PSOE é "uma organização limpa" e que não há suspeitas de financiamento ilegal do partido.
O caso de Santos Cerdán, de suspeitas de corrupção na cúpula do PSOE e no Governo de Sánchez, envolve também um ex-ministro e antigo 'número 3' do partido, Jose Luis Ábalos, e o seu antigo assessor Koldo García.
Em 03 de novembro passado, o Tribunal Supremo de Espanha pediu já o julgamento de Ábalos por corrupção na compra de máscaras durante a pandemia, um processo que esteve na origem daquele que acabou por envolver Santos Cerdán.
Ábalos, Koldo García e um empresário, Victor de Aldama, começaram a ser investigados no ano passado por suspeitas de corrupção na compra de material sanitário durante a covid-19.
Nessa época, José Luis Ábalos era ainda ministro, mas saiu do Governo em julho de 2021. Perante as suspeitas de corrupção, foi expulso do PSOE em 2024.
Este processo, e à medida que foram sendo recolhidas provas, documentos e testemunhos, foi alargado a outras suspeitas de corrupção na cúpula do PSOE, relacionadas com eventuais comissões na adjudicação de obras públicas.
Nesta parte alargada do caso, são alvo da investigação Ábalos, Koldo García e Santos Cerdán, que em julho de 2021 sucedeu a ex-ministro na direção do PSOE e foi até junho passado "número 3" de Sánchez no partido e deputado.
Estava em prisão desde junho e será agora libertado, com a decisão de hoje do Tribunal Supremo.
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