Todes? Lula dita fim da linguagem neutra em documentos governamentais
- 19/11/2025
O presidente brasileiro, Lula da Silva, aprovou, na terça-feira, a proibição do uso de linguagem neutra na administração pública. Expressões como "todes", "todxs" ou "tod@s" ficam, assim, de fora do léxico dos documentos governamentais dirigidos à população.
Em causa está a Política Nacional de Linguagem Simples, que dita que a administração pública não poderá "usar novas formas de flexão de género e de número das palavras da língua portuguesa, em contrariedade às regras gramaticais consolidadas, ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", citou a CNN Brasil.
A legislação tem como objetivo garantir que os documentos são claros e acessíveis à população, devendo, por isso, priorizar o uso de frases curtas e em voz ativa, assim como evitar estrangeirismos que não façam parte da linguagem do quotidiano e, quando necessário, explicar os termos técnicos.
No caso de missivas destinadas à comunidade indígena, deverá ser disponibilizada uma versão na língua nativa correspondente, noticiou o g1.
O mesmo meio adiantou que o governo pretende que qualquer pessoa consiga não só encontrar a informação de que precisa, mas também compreender o que está a ser comunicado.
Assim, a linguagem neutra, que faz uso das letras "x" e "e" e do símbolo "@" para substituir as vogais "o" e "a", não poderá ser usada nos documentos oficiais.
Contudo, a expressão "todes" foi empregada pela primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, nas cerimónias de início de mandato de Lula da Silva, recordou a CNN Brasil.
Ainda assim, a Academia Brasileira de Letras (ABL) já se tinha manifestado contra a linguagem neutra, tendo defendido que "os documentos oficiais [deviam] seguir as normas oficiais vigentes", de acordo com a agência Brasil.
Recorde-se que uma medida semelhante foi aplicada na Alemanha, em agosto passado. O ministro do Estado e da Cultura, Wolfram Weimer, proibiu o uso de linguagem inclusiva em todos os departamentos da sua jurisdição, tendo apelado a que as alterações abrangessem outros ministérios, fundações e meios de comunicação social, além do sistema educativo e de instituições culturais.
O responsável justificou, na altura, que "a linguagem de género neutro aprofunda a divisão da nossa sociedade", uma vez que não "reflete de forma alguma a grande maioria" da população.
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