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Três afegãos morrem de frio ao tentar entrar clandestinamente no Irão
- 20/12/2025
"As três pessoas que queriam atravessar a fronteira morreram devido ao frio", disse à AFP o responsável, que pediu para não ser identificado, acrescentando que um pastor também foi encontrado morto nessa zona montanhosa devido às temperaturas gélidas.
Os migrantes faziam parte de um grupo que tentava entrar no Irão na quarta-feira, pela região de Kohsar, e depois de serem intercetados pelos guardas de fronteira afegãos, indicaram que três pessoas tinham perdido a vida.
"As buscas ocorreram na quarta-feira à noite, mas os corpos só foram encontrados na quinta-feira", precisou o responsável do exército.
Mais de 1,8 milhões de afegãos foram forçados a regressar ao Afeganistão pelas autoridades iranianas entre janeiro e o final de novembro de 2025, de acordo com os últimos dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que refere uma maioria de "regressos forçados".
O Paquistão, que também faz fronteira com o Afeganistão, está a realizar uma campanha de expulsão de migrantes afegãos e mais de 850 mil regressaram, desde o início de 2025.
"Esses retornos em massa em circunstâncias desfavoráveis colocaram ainda mais pressão sobre os serviços e recursos já limitados no Afeganistão e podem levar ao risco de novos deslocamentos, incluindo movimentos de retorno ao Paquistão ou ao Irão", destaca o ACNUR na sua página dedicada à situação no Afeganistão.
Atingido por dois grandes terramotos nos últimos meses, sob o peso de sanções internacionais devido, nomeadamente, à exclusão das mulheres de muitos empregos e locais públicos, qualificada como "apartheid de género" pela ONU, e muito vulnerável às alterações climáticas, o Afeganistão conta com mais de 17 milhões de pessoas confrontadas com uma grave insegurança alimentar, de acordo com o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas.
A ONG Amnistia Internacional apelou esta semana aos Estados para que não repatriem afegãos para o Afeganistão devido às "violações dos direitos humanos" neste país e à grave crise humanitária.
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