Três mulheres restam deste povo indígena: Agora nasce 1.º bebé em 30 anos
- 21/12/2025
O primeiro bebé do povo indígena Akuntsú em 30 anos nasceu no passado dia 8, renovando assim a "esperança" na continuidade do povo. O nascimento aconteceu no sul do estado brasileiro de Rondônia e é um marco na sobrevivência deste povo, um dos mais afetado por conflitos territoriais no país, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Segundo explica a organização, o grupo era até à chegada deste bebé formado por três mulheres: Pugapia, Aiga e Babawru. De acordo com a Funai, é esta última mulher, com cerca de 42 anos, a mãe.
Explica a organização que o pai é um indígena do povo Kanoé, morador da Terra Indígena Rio Omerê, local onde o grupo de mulheres também vive agora. O g1 adianta ainda que, apesar de pertenceram a povos diferentes, estes dois grupos são os únicos que mantêm contacto entre si.
Na imagem acima é possível ver o bebé, a mãe e o pai.
A "esperança" e o povo reduzido
A Funai explica que ambos os povos existem em número reduzido devido aos conflitos na disputa do território, com as frentes de colonização. "O nascimento dessa criança traz novas expectativas de vida e renasce a esperança de continuidade do povo", explica a Funai, citada pelo g1.
"A história dos Akuntsú é caracterizada pela resistência aos processos de ocupação não indígena nos rios Trincheira e Caiubá. Após sucessivos deslocamentos forçados, o grupo estabeleceu-se no Rio Omerê, onde a Funai mantém monitoramento constante", lê-se no site da organização, que considera que "o nascimento de um novo membro reforça a dinâmica própria de organização social das mulheres Akuntsú que, mesmo diante de um passado de perdas, mantêm seus conhecimentos e modos de vida conservados dentro do território homologado".
A mãe recebeu acompanhamento durante toda a gestação, nomeadamente, por parte de entidades em colaboração com a Funai que se dedicaram à segurança da mãe e da criança com respeito pelos costumes e crenças à cultura do povo.
O povo Akuntsú é considerado um dos mais pequenos no Brasil, tendo sofrido "sucessivos massacres e expulsões" durante o avanço agropecuário na região. Algusn vestígios encontrados pela Funai indicam que nos anos 80 uma aldeia com cerca de 30 pessoas foi totalmente destruída e, em 1995, quando houve o primeiro contacto oficial com este povo, restavam apenas sete indígenas.
Ao longo dos anos, mortes e acidentes reduziram ainda mais a população e, em 2009, o grupo passou a contar com apenas cinco pessoas. Após a morte de Kunibu e Popak, dois homens, restou apenas o trio de mulheres.
Ainda quanto ao nascimento deste bebé, a Funai escreveu que o acontecimento "evidencia a eficácia das políticas de proteção territorial e do atendimento diferenciado à saúde". A organização garante ainda que continua e vai continuar a monitorizar a situação, através de unidas locais, por exemplo. Desta forma, a organização quer garantir que o povo Akuntsú dispõe das condições necessárias "para continuar a sua geração, com a garantia de seus direitos constitucionais resguardados".
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