Tribunal da Geórgia confirma prisão para jornalista com prémio Sakharov
- 19/11/2025
Os juízes do Tribunal de Recurso de Kutaisi rejeitaram o pedido de anulação da sentença apresentado pela defesa, que considerava a condenação desproporcional e politicamente motivada.
"Não tenho medo da prisão. O que me assusta é o que me espera lá fora: será um país a lutar pela liberdade ou um país conquistado?", disse Amaghlobeli perante o tribunal.
Co-fundadora dos órgãos de comunicação independentes Batumelebi e Netgazeti, Amaghlobeli, a jornalista de 50 anos, foi distinguida em outubro pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, ao lado do jornalista polaco-bielorrusso Andrzej Poczobut, reconhecidos como símbolos da "luta pela democracia".
A Geórgia vive uma crise política desde as legislativas de outubro de 2024, vencidas pelo partido no poder, Sonho Georgiano, cujos resultados foram contestados pela oposição pró-europeia.
Os protestos que se seguiram mobilizaram dezenas de milhares de pessoas, mas não alteraram a posição do Governo, acusado de deriva autoritária e de procurar maior proximidade com a Rússia.
O Governo rejeita qualquer repressão e acusa a oposição de tentar tomar o poder pela força.
Detida desde janeiro, Amaghlobeli realizou uma greve de fome de 38 dias, interrompida devido ao agravamento do seu estado de saúde.
A Geórgia é oficialmente candidata à adesão à União Europeia desde dezembro de 2023, um passo consagrado na Constituição do país, mas as autoridades de Tbilissi suspenderam, há cerca de um ano, as negociações com Bruxelas para até, pelo menos, 2028, o que também foi contestado nas ruas.
A UE tem advertido contra retrocessos no processo de adesão da Geórgia.
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