Ucrânia: Plano de Trump é "lista de desejos" e "catástrofe"? Que se sabe
- 23/11/2025
Responsáveis ucranianos, norte-americanos e europeus deverão reunir-se, este domingo na Suíça para discutir o plano de paz do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia. O país tem até dia 27 de novembro para responder às soluções propostas.
O conselheiro de segurança nacional do presidente francês, Emmanuel Macron, "irá amanhã [domingo] a Genebra com os seus homólogos do E3 (Alemanha, França e Reino Unido)" para discutir "com os Estados Unidos, o E3 e os ucranianos" sobre o plano de paz.
Mas em que é que consiste este plano de Trump?
O plano norte-americano de 28 pontos é visto com grande preocupação em Kyiv, porque incorpora várias exigências russas importantes, nomeadamente a Ucrânia ceder território à Rússia, aceitar uma redução do tamanho do seu exército e renunciar à adesão à NATO. No entanto, oferece garantias de segurança do ocidente a Kyiv para evitar novos ataques russos.
No entanto, na sexta-feira passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou o plano, apesar da pressão de Donald Trump e Vladimir Putin para o aceitar, afirmando que iria propor "alternativas" aos norte-americanos.
Plano de paz é oferta final? "Não é, nem de longe"
Enquanto não há uma decisão por parte dos ucranianos, Donald Trump tem sido abordado pelos jornalistas acerca deste plano de paz para terminar com a guerra na Ucrânia. Aliás, no sábado, o norte-americano referiu que este plano não é a sua "oferta final" para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Trump foi questionado esta era a "oferta final". E respondeu: "Não, nem de longe".
"Gostaríamos de alcançar a paz, isto já deveria ter acontecido há muito tempo. A guerra da Ucrânia com a Rússia nunca deveria ter acontecido. Se eu fosse presidente, nunca teria acontecido. Estamos a tentar pôr um fim a isto. De uma forma ou de outra, temos de pôr um fim a isto", acrescentou, citado pela imprensa internacional.
"A única coisa que vemos é pressão sobre a Ucrânia"
Há, no entanto, quem considere que este plano de paz de Donald Trump "é um plano de catástrofe para a Ucrânia".
"Durante todo este período, Donald Trump diz que quer fazer a paz e parar a guerra, mas a única coisa que vemos é pressão sobre a Ucrânia e os ucranianos para se renderem", disse presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, em declarações à Lusa.
Sadokha vai mais longe dizendo que "isto que Trump propõe, ou não, parece que foram os russos a propor, e agora Trump quer obrigar Zelensky a assinar ou então render-se", sublinhando que "não é um plano de paz, é um plano de catástrofe para a Ucrânia", uma vez que "ninguém acredita nas garantia da Rússia".
Uma opinião que é partilhada por senadores norte-americanos que afirmaram que o secretário de Estado, Marco Rubio, lhes havia dito que o plano de paz para a Ucrânia é uma "lista de desejos" russa e não o plano real norte-americano.
Numa conferência de segurança no Canadá, o senador independente do Maine Angus King, a senadora democrata Jeanne Shaheen e o republicano Mike Rounds, da Dakota do Sul - críticos da abordagem do presidente Donald Trump para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia - revelaram que falaram com Rubio quando o secretário de Estado viajou para Genebra para conversas sobre o plano.
King disse que Rubio lhes disse que o plano "não era o plano do governo", mas uma "lista de desejos dos russos".
"Este governo não foi responsável por esta versão na sua forma atual", disse Rounds. "Eles querem utilizá-la como ponto de partida", acrescentou.
Rubio diz que plano não é "lista de desejos" russos: "Foi redigida pelos Estados Unidos"
Após as acusações por parte dos senadores, Marco Rubio insistiu que o plano de resolução do conflito na Ucrânia é dos Estados Unidos e não corresponde a exigências da Rússia.
"A proposta de paz foi redigida pelos Estados Unidos", contestou, na rede social X.
Este texto "apresenta um quadro sólido para as negociações. Baseia-se em elementos fornecidos pela parte russa, mas também em contribuições da Ucrânia", argumentou ainda.
Recorde-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem até ao dia 27 de novembro - Dia de Ação de Graças - para decidir se aceita ou não este plano elaborado pelo seu homólogo norte-americano, Donald Trump.
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