UE atrai migrantes do Bangladesh e do Paquistão a países do norte de África
- 25/10/2025
A diretora-geral da OIM, Amy Pope, afirmou em entrevista à AFP que os migrantes asiáticos chegam através do Golfo Pérsico e por via terrestre, concentrando-se em países como a Líbia ou a Tunísia, de onde, juntamente com milhões de africanos ali concentrados, tentam entrar na UE.
A OIM está também a assistir a um aumento das chegadas à Líbia vindas da Somália e Eritreia, além do Sudão, país em conflito desde abril de 2023.
Em pouco mais de dois anos, mais de 357 mil refugiados sudaneses chegaram à Líbia, segundo dados do ACNUR de agosto, aumentando as fileiras de centenas de milhares de migrantes.
Este conflito "continua a causar deslocações em massa" destes refugiados na região, disse Pope, e a situação é "agravada" por um "declínio da assistência humanitária e financeira" nos países vizinhos, como o Chade e o Egito, devido, em particular, aos recentes cortes nos orçamentos da ONU.
Embora alguns refugiados sudaneses no norte de África desejem e consigam regressar a casa, particularmente a Cartum, onde a OIM reabriu o seu escritório após uma "relativa melhoria da segurança", continua a ser impossível o regresso para o Darfur, palco de "graves violações dos direitos humanos".
Segundo a responsável norte-americana da OIM, a Líbia é o país no norte de África onde os migrantes "enfrentam os maiores desafios".
"Recebemos regularmente relatos de migrantes sequestrados, mantidos reféns ou vítimas de violência e agressão", enfatizou Amy Pope, salientado a sua "extrema vulnerabilidade".
Só na Líbia, encontram-se entre três e quatro milhões de estrangeiros que "entraram ilegalmente", segundo declarações das autoridades que remontam ao verão.
Os contrabandistas e os traficantes têm aproveitado o clima de instabilidade no país desde a queda e morte do ex-ditador Muammar Kadhafi, em 2011, para desenvolver redes clandestinas.
Segundo Pope, a maioria das mortes registadas em travessias ilegais no Mediterrâneo diz respeito a pessoas que partiram da Líbia.
No norte de África, o outro principal ponto de tensão é a Tunísia: o número de migrantes na região de Sfax (centro-leste), onde milhares estão amontoados em campos improvisados, "excede em muito a capacidade de assistência disponível", segundo Pope.
"Muitas pessoas que chegam a Sfax estão num ponto do seu percurso em que gastaram recursos consideráveis" ou os esgotaram, acrescentou Pope, sublinhando o papel essencial da OIM no auxílio ao regresso voluntário.
De um modo geral, face à elevada pressão migratória contínua na região, "as capacidades e o apoio necessários (dos países) são limitados", muitas vezes cingindo-se a medidas de segurança para combater a emigração ilegal, lamenta Pope.
A responsável da OIM defende "soluções mais abrangentes baseadas na cooperação Sul-Sul, no desenvolvimento (nos países de origem) e na migração segura e legal".
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