Vencedores do Sakharov denunciam repressão na Geórgia e Bielorrússia
- 16/12/2025
Jana Poczobut, filha e representante do laureado com o Prémio Sakharov 2025, Andrzej Poczobut e Irma Dimitradze, jornalista georgiana que representa a jornalista Mzia Amaglobeli foram aplaudidas de pé pelos eurodeputados e pediram mais apoio à União Europeia (UE) para os seus respetivos países que mantêm detidos os jornalistas vencedores do prémio.
Dimitradze leu um discurso preparado por Amaglobeli em que lamentou o "caminho longo e difícil" que o povo georgiano tem percorrido para dialogar com a UE.
"A Rússia esteve sempre entre nós", disse Dimitradze, citando a laureada.
"A minha geração sabe bem que tipo de ameaça representa a Rússia", continuou, lembrando os anos de ocupação soviética e a repressão russa nos últimos anos.
"Hoje, no meu país, a aspiração à entrada na União Europeia está a ser recebida com repressão. O Estado foi capturado por um regime que serve os interesses russos", afirmou Amaglobeli.
A jornalista manifestou ainda o seu desejo de que as declarações da UE se "transformem em ação e que os líderes europeus utilizem todos os mecanismos disponíveis para exercer pressão sobre os governantes autocráticos".
"Lutem connosco e por nós. Lutem como lutariam pela liberdade dos vossos próprios países, usem todos os mecanismos à vossa disposição e façam-no antes que seja tarde demais", salientou.
Já filha do jornalista detido na Bielorrússia Poczobut agradeceu a oportunidade de receber o prémio em nome do seu pai e frisou que ele não é apenas uma "figura pública" é também "marido, filho e amigo".
"Todos os dias, durante estes cinco anos, não sabemos como ele está, se está bem. No entanto, todos os dias, escolhemos a esperança, porque a esperança é a única coisa que não nos foi tirada", disse Poczobut frisando que a sua família era apenas uma de muitas nesta situação.
Amaglobeli também sublinhou a violência do Governo da Geórgia, liderado pelo partido Sonho Georgiano, que "espanca, multa, prende e ameaça os manifestantes, destrói o jornalismo livre, abole os partidos políticos da oposição e prende os seus líderes, desmantela efetivamente as organizações não-governamentais".
A jornalista apnrtou uma recente investigação da BBC que dá conta de que as forças policiais utilizaram substâncias tóxicas para dispersar manifestantes e exigiu "uma investigação internacional".
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, batizado em homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov, é o maior prémio de direitos humanos da União Europeia (UE), com o valor pecuniário de 50 mil euros.
Atribuído pelo Parlamento Europeu a indivíduos ou organizações todos os anos desde 1988, visa reconhecer o trabalho em prol da defesa dos direitos humanos e dos direitos fundamentais, em particular a liberdade de expressão, a salvaguarda dos direitos das minorias, o respeito pelo Direito internacional, o desenvolvimento da democracia e a defesa do Estado de Direito.
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Lusa/Fim





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