Venezuelanos marcharam contra "imperialismo norte-americano"
- 02/12/2025
Vestidos maioritariamente de vermelho, a cor da revolução, com bonés na cabeça e cartazes com a foto do Presidente Nicolás Maduro, os venezuelanos concentraram-se na Avenida México de Caracas, a alguns quilómetros do centro, caminhando depois em direção mais ao centro da cidade, até ao palácio presidencial de Miraflores.
Durante a manifestação foram gritadas palavras de ordem contra o "imperialismo norte-americano" e reafirmado o compromisso dos manifestantes em fortalecer a organização territorial do PSUV, que se reorganiza com novos Comandos Bolivarianos Integrados.
"Nas catacumbas do povo e das comunidades, juntos e juntas, criamos e desenhamos a Venezuela que queremos, que não é uma intervenção estrangeira, mas sim que os problemas sejam resolvidos por nós mesmos (...) Estamos com o presidente Nicolás Maduro, estamos rezando a Deus, de joelhos no chão para garantir a paz", disse um dos participantes aos jornalistas.
Darwin Muñoz frisou ainda que a manifestação de hoje transmite essa mensagem clara e concisa ao mundo.
Por outro lado, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, alertou os jornalistas que estão a enfrentar "a era desesperada do imperialismo pelos recursos da Venezuela" e condenou as ameaças dos EUA para, "se apropriar de enormes jazidas energéticas que são propriedade exclusiva dos venezuelanos".
Recordou que o Presidente Nicolás Maduro enviou uma carta à OPEP+, denunciando a estratégia norte-americana de apropriar-se dos recursos venezuelanos através de "uma agressão militar letal".
"Hoje estamos em defesa da soberania da Venezuela e dos seus recursos", disse à televisão estatal.
Por outro lado, o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Jorge Rodríguez, declarou aos jornalistas que o PSUV garantirá a defesa de cada espaço da Venezuela e o direito do país a permanecer livre e independente.
"Se a pátria for ameaçada, este é o partido, a partir das ruas, das comunidades, dos bairros, da organização [interna que], vamos defender o nosso direito à defesa, a uma vida plena. A partir deste partido, defenderemos cada centímetro do território sagrado da pátria", disse sublinhando que os venezuelanos são alegres, mas também profundamente libertários.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no governo) tem 241.000 Comités Bolivarianos Integrados, constituídos.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, declarou no sábado que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado "totalmente fechado".
"Todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de droga e traficantes de seres humanos, considerem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela como totalmente fechado", escreveu o líder norte-americano na sua rede social, a Truth Social.
Esta declaração de Trump surge numa altura em que os Estados Unidos intensificam a pressão sobre a Venezuela com um grande destacamento militar nas Caraíbas, incluindo o maior porta-aviões do mundo, e admitem ataques terrestres no território venezuelano na luta contra os cartéis de droga.
A Venezuela condenou a mensagem do Presidente dos Estados Unidos classificando-a como uma "ameaça colonialista".
Sob o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos mantêm desde setembro um destacamento naval e aéreo em águas das Caraíbas próximas da Venezuela.
Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) recomendou "extrema cautela" ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas devido ao que considera "uma situação potencialmente perigosa" na região.
Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, Iberia, Air Europa, Aviança e Turkish Airlines, suspenderam então os seus voos para aquele país.
O Governo venezuelano decidiu revogar posteriormente as licenças de operação da TAP, Iberia, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol, acusando-as de se "unirem aos atos de terrorismo" promovidos pelos Estados Unidos.
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