Ventura afirma que Gouveia e Melo "é cada vez mais o candidato do PS"
- 18/10/2025
André Ventura falava à entrada para a sessão de abertura da conferência comemorativa dos 50 anos do IDL - Instituto Amaro da Costa, no Teatro Thalia, em Lisboa, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas, André Ventura criticou as posições assumidas pelo almirante Henrique Gouveia e Melo na entrevista que concedeu à agência Lusa, designadamente sobre modelo ideal de Presidente da República e sobre imigração.
"Disse que se revê na presidência de Mário Soares e que ao fim de dez anos um imigrante, um indivíduo do Bangladesh, da Índia ou do Paquistão, é tão português como nós. Isto não é uma candidatura de alguém que ama o seu país. É uma candidatura de alguém que pensa como a esquerda pensa", considerou o candidato presidencial do Chega.
Para André Ventura, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada "em cada dia que fala mostra que é cada vez mais o candidato do PS", o que, na sua perspetiva, vai complicar a situação de António José Seguro, o candidato que será apoiado pelos socialistas.
"Se estivesse na posição de António José Seguro, eu estaria preocupado, porque cada dia que o almirante fala está a juntar novos apoios socialistas. E aposto que o doutor António Costa vota no almirante Gouveia e Melo para presidente da República e há todo um PS que prefere o almirante ao António José Seguro, mas isso é com eles, não é um problema nosso", rematou.
Perante os jornalistas, André Ventura também defendeu a tese de que o fundador do CDS e antigo ministro Adelino Amaro da Costa, se fosse vivo, partilharia algumas causas do Chega, como o combate à imigração e à corrupção.
"Foi uma figura incontornável da direita portuguesa, com quem aprendi, embora tenha falecido antes de eu próprio nascer. Como candidato a Presidente da República, entendo que é importante e fundamental que o espaço da direita, do centro-direita, cerre fileiras em torno dos grandes combates do nosso tempo", disse.
A seguir, assinalou que Amaro da Costa não viveu num tempo em que a imigração é um desafio ou em que as lutas culturais são um desafio.
"Teve outros desafios e travou-os no seu tempo. Agora, estamos a travar a luta contra a corrupção, contra a imigração descontrolada, pela segurança. E estas são as novas batalhas da direita. Se Adelino Amaro da Costa vivesse hoje, ele estaria ao lado destas batalhas da direita", advogou o presidente do Chega.
Mas foi mais longe ao procurar traçar uma separação entre a vida política de Amaro e o que representa atualmente a candidatura presidencial do almirante Gouveia e Melo.
"Tenho que o dizer e acho que aqui é o momento. O almirante Gouveia e Melo disse que se revê na presidência do doutor Mário Soares. Se alguém em que Adelino Amaro da Costa não se reveria seria na presidência do doutor Mário Soares", acrescentou.
[Notícia atualizada às 18h37]
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