Vice-presidente do partido de oposição da Tanzânia acusado de terrorismo
- 06/11/2025
A informação, divulgada pelo Chadema, o principal partido de oposição ao Governo da Tanzânia, confirma a continuação da repressão de vozes contra o regime da Presidente Samia Suluhu Hassan e do seu partido, o Chama Cha Mapinduzi, que governa o país desde a independência. A Presidente tinha apelado à "unidade e solidariedade" durante o seu discurso na tomada de posse em 01 de novembro.
O presidente do Chadema, Tundu Lissu, foi também preso em abril e aguarda julgamento por traição, crime que pode ser punido com pena de morte.
O partido de oposição tinha informado inicialmente que havia perdido o rasto do vice-presidente John Heche, que tinha sido detido numa prisão na capital Dodoma.
A porta-voz do Chadema, Brenda Rupia, afirmou agora na rede social X que Heche foi transferido da capital para a esquadra de polícia da cidade de Kinondini a oeste, perto da capital económica de Dar Es Salam, e que foi acusado de "participação em atos terroristas".
O país da África Oriental mergulhou em violência a 29 de outubro, dia das eleições presidenciais e legislativas, depois de protestos, que duraram três dias, terem eclodido em Dar Es Salam e um pouco por todo o país, com as forças de segurança a usar gás lacrimogéneo, o acesso à internet bloqueado e um recolher obrigatório em vigor.
O Chadema estimou que pelo menos 800 pessoas morreram na repressão das manifestações, ainda que a agência France-Presse (AFP) e outros órgãos independentes não tenham conseguido verificar se os números são factuais.
Fontes diplomáticas e de segurança, confirmaram à AFP, no entanto, que o número de mortes ultrapassa as centenas e pode até mesmo chegar aos milhares.
De acordo com a comissão eleitoral, Samia Suluhu Hassan venceu a eleição presidencial com cerca de 98% dos votos, numa eleição sem verdadeiros rivais. O Chadema, excluído das votações, contestou o resultado e acusou as eleições de serem fraudulentas.
Observadores eleitorais regionais também questionaram a legitimidade do escrutínio num relatório divulgado na segunda-feira.
"As autoridades não foram eleitas (...), é por isso que recorrem à força bruta", afirmou à AFP o ativista dos direitos humanos Tito Magoti. "O mandato de Samia [Suluhu Hassan] é garantido por uma arma".
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