VIH/Sida. OMS recomenda uso de medicamento lenacapavir para prevenção
- 14/07/2025
Segundo a OMS, trata-se de uma decisão histórica que "pode ajudar a reformular a resposta global ao VIH".
Em comunicado, a OMS, que publicou hoje novas orientações, refere que o medicamento lenacapavir "oferece uma alternativa altamente eficaz e de ação prolongada aos comprimidos orais diários e outras opções de ação mais curta" se for administrado na forma de injetável a cada seis meses.
Com apenas duas doses por ano, "representa um passo transformador na proteção das pessoas em risco" de infeção pelo vírus da sida, particularmente as que "enfrentam desafios com a adesão diária, o estigma ou o acesso a cuidados de saúde", acrescenta a organização da ONU.
Embora não haja uma vacina contra o VIH/sida, o fármaco lenacapavir "é a segunda melhor coisa", de acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Um antirretroviral de ação prolongada que demonstrou em ensaios prevenir quase todas as infeções por VIH entre as pessoas em risco", justificou, citado no comunicado, destacando o empenho da OMS para "trabalhar com países e parceiros para garantir que esta inovação chegue às comunidades de forma mais rápida e segura possível".
De acordo com a OMS, as novas orientações surgem num "momento crítico", uma vez que "os esforços de prevenção" da infeção pelo VIH/sida "estão estagnados", com 1,3 milhões de novos casos registados em 2024.
A OMS estima que, no final de 2024, havia no mundo 40,8 milhões de pessoas com VIH/sida, sendo que 65% viviam em África. Nesse ano, cerca de 630 mil pessoas morreram no mundo de causas relacionadas com a infeção.
O Programa das Nações Unidas para o VIH/sida (ONUSIDA) avisou na semana passada que, a manterem-se os cortes no financiamento dos Estados Unidos para a prevenção e tratamento, poderão ocorrer até 2030 seis milhões de novas infeções e mais quatro milhões de mortes.
Na União Europeia, o medicamento lenacapavir é usado, juntamente com outros fármacos, para tratar adultos com VIH-1, sendo administrado quando o vírus é resistente a outros tratamentos.
O medicamento, comercializado com o nome de Sunlenca, é disponibilizado em comprimidos e em solução injetável.
Os Estados Unidos aprovaram em junho o uso do fármaco como injetável semestral para a prevenção da infeção VIH/sida, sob a marca Yeztugo.
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