Zelensky responde a acusação de Trump: "Ucrânia está grata aos EUA"
- 24/11/2025
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou este domingo que a "Ucrânia está grata aos Estados Unidos", após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmado que "a 'liderança' ucraniana não mostrou qualquer gratidão" pelos esforços de Washington para terminar com a guerra.
Numa longa publicação na rede social X, Zelensky afirmou que a "Ucrânia está grata aos Estados Unidos, a cada americano, e pessoalmente ao presidente Trump, pela assistência que – a começar pelos mísseis Javelin – tem salvo vidas ucranianas".
No entanto, fez questão de lembrar que o "cerne de toda a situação diplomática é que foi a Rússia, e só a Rússia, que iniciou esta guerra, e é a Rússia, e só a Rússia, que se recusa a pôr-lhe fim durante toda a invasão em grande escala".
"Desde os primeiros minutos do dia 24 de fevereiro que Putin tem travado esta guerra com total desprezo por quantas pessoas do seu próprio povo perde e quantas das nossas mata", atirou, frisando que as tropas russas têm "inclinação para agir com brutalidade" e "recebem ordens explícitas que lhes permitem matar com bem entenderem".
Zelensky sublinhou que se trata de "uma guerra longa" e que a Rússia tem como "principal objetivo preservar a sua capacidade de a travar durante ainda mais tempo, e não apenas contra a Ucrânia".
"É por isso que apreciamos profundamente o facto de tantas forças e líderes estarem a trabalhar pela paz neste momento", destacou.
O presidente da Ucrânia defendeu que é necessário trabalhar com "cautela em cada ponto" e em "cada passo para a paz" porque "tudo precisa de correr bem para que esta guerra termine verdadeiramente e para que não se repita".
"Agradeço a todos os que estão a ajudar! Obrigado, Estados Unidos! Obrigado, Europa! Tenho orgulho no nosso povo. Glória à Ucrânia!", rematou.
The crux of the entire diplomatic situation is that it was Russia, and only Russia, that started this war, and it is Russia, and only Russia, that has been refusing to end it throughout the full-scale invasion. From the very first minutes of February 24, Putin has been waging…
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) November 23, 2025
A publicação de Zelensky surgiu horas após Donald Trump ter acusado a "liderança" da Ucrânia de não demonstrar "qualquer gratidão" pelos esforços de Washington e ter defendido que a invasão russa "jamais teria acontecido" se estivesse na Casa Branca em fevereiro de 2022.
"Herdei uma guerra que nunca deveria ter acontecido, uma guerra que é uma derrota para todos, especialmente para os milhões de pessoas que morreram desnecessariamente. A 'liderança' ucraniana não mostrou qualquer gratidão pelos nossos esforços", escreveu na sua rede social, a Truth Social.
Este domingo, as autoridades ucranianas e norte-americanas estão reunidas em Genebra, na Suíça, para discutir o acordo de paz. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, já admitiu a possibilidade de fazer "algumas alterações" ao plano após ter tido umas das reuniões "mais produtivas" de sempre com a delegação ucraniana.
Sublinhe-se que o atual plano de paz elaborado por Washington tem 28 pontos e corresponde às principais exigências russas, propondo que Kyiv limite o seu exército a um máximo de 600.000 soldados após a guerra, descarte a adesão à NATO e se retire do território que ainda controla no leste do país, na região de Donbass, que se tornaria uma zona desmilitarizada após o conflito e seria reconhecida de facto como russa.
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